Na manhã de segunda-feira (21), o Papa Francisco faleceu devido a complicações de saúde. Com a sua morte, a Igreja Católica agora se prepara para a eleição de um novo Papa, que será realizada nas próximas semanas por meio do Conclave, o tradicional rito em que os cardeais elegem o novo líder da Igreja Católica. Apenas cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto, e o processo será rigorosamente secreto.
Durante o Conclave, que ocorrerá entre o 15º e o 20º dia após o falecimento do Papa, cerca de 120 cardeais eleitores se reunirãono Vaticano. O funeral de Francisco será realizado entre o 4º e o 6º dia após sua morte, e o evento é organizado pelo camerlengo, cargo ocupado atualmente pelo cardeal irlandês Kevin Farrell. O novo Papa será escolhido por votação secreta, onde um candidato precisará de dois terços dos votos dos cardeais eleitores para ser eleito.
Entre os cardeais cotados para assumir o papado, segundo o site especializado College of Cardinals Report. os seguintes nomes se destacam:
Pietro Parolin (Itália) – Secretário de Estado do Vaticano desde 2013, Parolin é uma das figuras mais influentes da administração vaticana e tem uma carreira diplomática sólida, com passagens por Venezuela, Nigéria e México.
Matteo Maria Zuppi (Itália) – Arcebispo de Bolonha e presidente da Conferência Episcopal Italiana. Zuppi é próximo ao Papa Francisco e tem um papel destacado como enviado especial para a guerra na Ucrânia. Ele é conhecido por seu trabalho em favor da inclusão social e do diálogo inter-religioso.
Luis Antonio Tagle (Filipinas) – Atual pró-prefeito do Dicastério para a Evangelização e ex-presidente da Caritas Internacional. Tagle é ativo em causas sociais e na defesa dos direitos humanos, com uma forte presença na Ásia e em missões humanitárias.
José Tolentino de Mendonça (Portugal) – Prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação, Tolentino é poeta, teólogo e ex-bibliotecário da Santa Sé. Nomeado cardeal por Francisco em 2019, ele é visto como parte da ala progressista da Igreja, com forte vínculo intelectual com o Papa Francisco.
Jean-Marc Aveline (França) – Arcebispo de Marselha, Aveline é um defensor do diálogo inter-religioso e da inclusão social. Foi criado cardeal em 2022 e é apontado como favorito de Francisco entre os bispos franceses.
Pierbattista Pizzaballa (Jerusalém) – Patriarca Latino de Jerusalém desde 2020, Pizzaballa tem vasta experiência no trabalho com cristãos, judeus e muçulmanos na Terra Santa e é visto como uma figura chave para o diálogo inter-religioso e a paz na região.
Péter Erdő (Hungria) – Arcebispo de Esztergom-Budapeste e ex-presidente da Conferência Episcopal Europeia. Erdő é conhecido por seu enfoque conservador e por liderar o diálogo com as igrejas ortodoxas. Foi nomeado cardeal por João Paulo II em 2003.
Fridolin Ambongo Besungu (República Democrática do Congo) – Arcebispo de Kinshasa e uma das principais lideranças africanas no Colégio Cardinalício. Ambongo tem um papel de destaque na defesa da paz e da justiça social em seu país.
Daniel Fernando Sturla (Uruguai) – Arcebispo de Montevidéu, Sturla foi nomeado cardeal por Francisco em 2015 e é uma das figuras mais influentes na Igreja Católica na América Latina, alinhado com a corrente pastoral de Francisco.
Stephen Brislin (África do Sul) – Cardeal desde 2023, Brislin é arcebispo da Cidade do Cabo e se destaca por seu trabalho em questões sociais e reconciliação pós-apartheid.
Robert Sarah (Guiné) – Conhecido por sua postura conservadora, Sarah foi nomeado cardeal por Bento XVI e serviu como prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos. Ele é uma figura influente entre os católicos tradicionalistas.
Albert Malcolm Ranjith (Sri Lanka) – Arcebispo de Colombo desde 2009, Ranjith é conhecido por sua postura conservadora e por sua defesa das práticas litúrgicas tradicionais.
Gerhard Ludwig Müller (Alemanha) – Ex-prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, Müller é conhecido por sua defesa da ortodoxia doutrinária e é uma figura importante no movimento conservador dentro da Igreja.
Kurt Koch (Suíça) – Presidente do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos desde 2010, Koch é um especialista no diálogo ecumênico e foi nomeado cardeal por Bento XVI.
Fernando Filoni (Itália) – Grão-Mestre da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém e ex-prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, Filoni é um especialista em assuntos do Oriente Médio, especialmente em relação à China.
Willem Jacobus Eijk (Países Baixos) – Arcebispo de Utrecht, Eijk é um especialista em bioética e tem atuado em questões relacionadas à ética médica e à defesa da vida.
Raymond Leo Burke (Estados Unidos) – Conhecido por suas críticas públicas ao Papa Francisco, Burke é uma figura proeminente entre os católicos tradicionalistas e foi prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica.
Anders Arborelius (Suécia) – O primeiro cardeal da Suécia, Arborelius é membro da Ordem dos Carmelitas Descalços e se destaca por seu trabalho pastoral em um país de maioria luterana.
Leonardo Ulrich Steiner (Brasil) – Arcebispo de Manaus e primeiro cardeal da Amazônia brasileira, Steiner é um defensor das questões ambientais e sociais da região.
Sérgio da Rocha (Brasil) – Arcebispo de Salvador, Sérgio da Rocha foi nomeado membro da Congregação para os Bispos e do Conselho de Cardeais por Francisco. Seu nome é frequentemente mencionado como um possível sucessor, dada sua experiência pastoral no Brasil.
Com tantos cardeais qualificados, o próximo Conclave será uma escolha crucial para o futuro da Igreja Católica, e o novo Papa terá a missão de continuar o legado de Francisco, buscando promover a paz, a justiça social e o diálogo entre as religiões.
