Já pensou em crescer alguns centímetros? A cirurgia de Alongamento Ósseo Estético, proporciona o aumento da altura em até cinco centímetros mesmo após atingir a idade adulta. O procedimento, que não tem grande notoriedade no Brasil por ser de alto custo, deve ser feito apenas com especialistas na área —não há dados acerca de quantas operações do tipo são realizadas.
A cirurgia é indicada em casos específicos, o procedimento é capaz de corrigir problemas em pacientes com alguma deformidade óssea. Uma perna maior que a outra, por exemplo. Pessoas com nanismo também se beneficiam do tratamento, já que ele causa o aumento da estatura. No entanto, o acesso ao procedimento é complicado. Geralmente, convênios não cobrem uma cirurgia de alongamento ósseo e, pelo particular, o preço é bem alto.
Ricardo Girardi, ortopedista e traumatologista com enfoque em cirurgia de reconstrução e alongamento ósseo, afirma que o valor varia de R$ 140 mil a 240 mil –faixa de preço que ele também adota no seu consultório no Rio Grande do Sul. “Eu duvido que alguém cobre barato para fazer isso”, diz Guilherme Gaiarsa, presidente da Asami (Associação Brasileira de Reconstrução e Alongamento Ósseo).
O alto custo do procedimento tem relação com a complicada técnica envolvida. No Brasil, uma das formas mais comuns é separar em duas partes o osso que passará pelo alongamento. Então, um fixador é acoplado com uma porção do equipamento para fora do corpo —fora do país, já existem modelos totalmente internos.
Como funciona?
Durante o procredimento são feitas incisões nos ossos da perna, com pequenos cortes. Então, é adicionada uma haste que se conecta a um fixador externo, que é responsável por alongar o osso lentamente durante um período determinado de tempo.
Ricardo Girardi, presidente do explica que a haste permanece na parte interna do osso após o alongamento completo, que pode durar entre dois e dez meses. Depois, a haste interna é travada e o fixador é retirado ao se ter a restauração completa do osso. “A média de tempo é em torno de dois meses para cada centímetro alongado. Então, se for fazer um alongamento de cinco centímetros no fêmur, fica uns dez meses com o fixador”, conta.
Durante esse período, é essencial que o paciente seja acompanhado de perto pela equipe médica, que vai garantir a adaptação e saúde do paciente no pós-operatório. Além disso, o alongamento ósseo também pode ser aplicado para o tratamento de outras condições, como o encurtamento de metatarso. O problema, que afeta um osso no pé onde o dedo é encurtado, pode ser resolvido com a cirurgia.
Quem pode fazer?
De acordo com Ricardo, são seguidos alguns parâmetros populacionais para determinar a necessidade da cirurgia. Dados do IBGE mostram que no Brasil pessoas nascidas com o sexo masculino têm, em média, 172 cm de altura. Enquanto isso, as do sexo feminino possuem 161 cm. “Então, a gente tenta ver se a pessoa está abaixo da média populacional e se essa pessoa está tendo uma perda na qualidade de vida, como alguma alteração na sua autoestima relacionada a isso”, diz.
Por isso, é recomendado que pacientes interessados no procedimento passem por uma análise psicológica prévia. Assim, podem ser identificados problemas como a dismorfia corporal, em que o indivíduo apresenta preocupações exageradas com defeitos mínimos em seu corpo.
Riscos à saúde
Por ser uma cirurgia invasiva, o alongamento ósseo deve ser feito por profissionais especializados no procedimento. Isso porque, segundo Ricardo, o médico será capaz de prever possíveis riscos e pausar o alongamento antes que as complicações ocorram. Uma delas é a rigidez muscular, em que o paciente começa a apresentar perda de mobilidade na articulação operada. Nesses casos, é essencial que o tratamento seja interrompido.
Pacientes idosos podem apresentar atraso na consolidação do osso, seja pelo uso de medicamentos ou problemas de saúde. Há também quadros de consolidação precoce, o que danifica o fixador externo. “Se não tiver um osso de qualidade, um regenerado de qualidade, pode ter uma fratura nesse local. Mas aí vem a questão de fazer com um profissional adequado, que conhece a técnica, e vai conseguir saber o momento exato da retirada para diminuir esses riscos”, alerta o médico.
Cuidados necessários
Durante o tratamento e uso do fixador externo, é preciso manter cuidados higiênicos e seguir orientações médicas para evitar infecções no trajeto de fios ou pinos. Caso o problema ocorra, é feito o uso de antibióticos locais e limpeza da região. Se necessário, o paciente pode precisar tomar antibiótico por via oral e, em último caso, retirar os pinos.