A britânica Antonya Cooper, que batalha pelo “direito de morrer”, revelou ter matado o próprio filho de 7 anos, injetando grandes doses de morfina na criança. A história ganhou repercussão nesta semana após uma entrevista da mulher a um programa de rádio da BBC, emissora pública do Reino Unido.
O caso ocorreu em 1981 e segundo a mãe da criança, a atitude foi para aliviar o sofrimento do filho, que sofria com um neuroblastoma – tipo de câncer que afeta o sistema nervoso ou as glândulas adrenais – em estado terminal. “Na última noite de Hamish, quando ele disse que estava com muita dor, eu disse: ’Você gostaria que eu aliviasse a sua dor?’” e ele disse: “‘Sim, por favor, mamãe’”, conta ela.
Antonya prosseguiu o relato contando que, por meio de um cateter, injetou morfina no corpo do menino até “acabar com a vida dele silenciosamente”. O suicídio assistido, ajudar intencionalmente outra pessoa a interromper a própria vida, e a eutanásia, cessar deliberadamente a vida de alguém, são ilegais na Inglaterra.
A história que pode soar macabra e cruel, surge após um contexto de debates públicos sobre o “direito de morrer”. Quatro décadas após a morte do filho, ela foi diagnosticada com um câncer terminal e decidiu trabalhar como voluntária para mudar as leis do país e garantir os direitos à eutanásia e ao suicídio assistido.
Brasil
No Brasil, por exemplo, a eutanásia é considerada crime. Porém, segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM, resoluções n. 1.805/06 e n. 1.995/2012), permite-se a ortotanásia como forma de garantir mais autonomia para os sujeitos que se encontram na fase final de suas vidas, com isso surge a oferta de cuidados paliativos, desde que com consentimento do paciente ou seu representante legal.