ALERTA

Pessoas ansiosas têm o dobro de chances de desenvolver essa doença incapacitante

Conclusão feita por estudo surge após análise com proximamente 1 milhão de pessoas

Hanna Carvalho
Repórter do EM OFF

Um novo estudo publicado no British Journal of General Practice, na última segunda-feira (24), mostrou que pessoas com ansiedade correm o risco duas vezes maior de desenvolver a Doença de Parkinson após os 50 anos. A afirmação foi feita por pesquisadores da University College London (UCL), no Reino Unido, por meio de um estudo com aproximadamente 1 milhão de pessoas na faixa etária.

“A ansiedade é conhecida por ser uma característica dos estágios iniciais da doença de Parkinson, mas antes do nosso estudo, o risco prospectivo de Parkinson em pessoas com mais de 50 anos com ansiedade de início recente era desconhecido”, considera o pesquisador Juan Bazo Alvarez, coautor principal do estudo, em comunicado à imprensa.

O que é o Parkinson?

Essa doença é caracterizada por uma condição degenerativa do cérebro associada a sintomas motores, – como movimento lento, tremor, rigidez e comprometimento do equilíbrio -, problemas de sono e distúrbios de saúde mental, como depressão. “A doença de Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, e estima-se que afetará 14,2 milhões de pessoas até 2040″, alerta Alvarez.

Doença incapacitante

A doença de Parkinson é incapacitante, crônica, progressiva e incurável, afetando mais de 200 mil brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde. Atualmente, o SUS oferece para pacientes com a incapacidade funcional causada pelos sintomas parkinsonianos programas terapêuticos de reabilitação, envolvendo fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e suporte psicológico e familiar, buscando evitar e/ou retardar a perda de suas funcionalidade e habilidades motoras.

Mais detalhes do estudo

O grupo de Alvarez analisou, entre 2008 e 2018, os registros de cuidados primários do Reino Unido de 109.435 pacientes que desenvolveram ansiedade depois dos 50 anos de idade e os comparou com os registros de 878.256 pessoas que não apresentavam o transtorno psiquiátrico. Com esses dados em mãos, os cientistas puderam rastrear as pessoas que passaram a apresentar sintomas associados ao Parkinson desde o diagnóstico de ansiedade até um ano antes da identificação do Parkinson.

O risco de desenvolver Parkinson dobrou em pessoas com ansiedade, em comparação com o grupo controle. Os pesquisadores também confirmaram que sintomas como depressão, distúrbios do sono, fadiga, comprometimento cognitivo, pressão baixa, tremor, rigidez, comprometimento do equilíbrio e constipação eram fatores de risco para o desenvolvimento da condição em pessoas com ansiedade.

“A ansiedade não é tão bem pesquisada quanto outros indicadores iniciais da doença de Parkinson. Pesquisas futuras devem explorar como a ocorrência precoce de ansiedade se relaciona com outros sintomas iniciais e com a progressão subjacente do Parkinson em seus estágios iniciais”, afirma a pesquisadora da UCL, Anette Schrag, coautora do estudo.