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Surto de Mpox: Saiba como identificar as lesões e se proteger da doença mortal

Doença viral está deixando autoridades da saúde em alerta com nova cepa mais letal e infecciosa

Hanna Carvalho
Repórter do EM OFF

Na última semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou a Mpox, anteriormente chamada de varíola dos macacos, como uma emergência sanitária internacional. A decisão surgiu após evidências mostrarem que a nova variante do vírus está se espalhando de uma forma nunca vista, sendo mais letal e infecciosa do que a versão prevalente no surto da doença em 2022.

O que é a Mpox?

É uma doença viral transmitida pelo vírus monkeypox, da mesma família do vírus que causa a varíola. O sintoma mais característico da condição é a formação de pequenas feridas na pele, que se desenvolvem lentamente e demandam um doloroso processo de cicatrização. Os primeiros sintomas da Mpox são febre, dor de cabeça, dor no corpo e nas costas.

Em seguida, geralmente após três dias, aparecem inchaços nos linfonodos (ínguas) e erupções pelo corpo no formato de bolinhas. Essas lesões se distribuem, principalmente, no rosto, nas mãos, nos pés e nos órgãos genitais. As feridas costumam ser levemente elevadas, como da acne, e preenchidas com líquido.

“Essas lesões aparecem em estágios uniformes, o que as diferencia de outras doenças. Na catapora, por exemplo, há lesões muito recentes convivendo com outras em crostas, quase cicatrizadas. Na mpox, elas evoluem em conjunto, em semelhança clínica com a varíola”, explica o infectologista e patologista clínico Celso Granato, representante da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) em uma conversa com o Metrópoles.

As bolinhas aparecem aos milhares e até no interior de mucosas, como a boca, o nariz e o ânus. “A gente sabe que as lesões podem ser dolorosas, e muitas no que vimos na mpox em 2022, elas se concentraram na região onde houve o contato, na região genital ou na oral, principalmente”, indica a infectologista Mirian Dal Ben, do Sírio-Libanês em São Paulo.

Com a evolução da doença, elas viram crostas, que secam e caem. Além disso, se as bolinhas estourarem antes de secar completamente, o líquido expelido das lesões aumenta as chances de contaminação. “Não é recomendado que o paciente estoure as bolhas, o melhor é evitar tocar as lesões e lavar as mãos várias vezes ao dia . Caso seja necessário alguma intervenção em alguma das feridas, ela deve ser realizada por um profissional de saúde. As crostas, na maioria dos casos secam e caem espontaneamente”, orienta a infectologista Joana Darc Gonçalves da Silva, de Brasília.

Quando surgem os sintomas?

Os sintomas da Mpox começam a aparecer de 3 a 21 dias após o contágio. Após o desaparecimento das lesões, a pessoa deixa de transmitir a doença. Isso costuma ocorrer, em casos que têm boa evolução, de 2 a 4 semanas após o início dos sintomas.

Em algumas pessoas, especialmente imunocomprometidos, crianças e gestantes, a doença pode levar a complicações e até à morte. O sistema imunológico enfraquecido permite o ataque de infecções oportunistas causadas por bactérias.

Qual a forma de proteção?

Para reduzir o risco de infecção, os especialistas recomendam que se limite ao máximo o contato com pessoas que estão sob suspeita de Mpox. Com isso recomenda-se :

  • Evitar sair de casa se estiver com sintomas da doença (ou até caírem as crostas);
  • ⁠Não manter relações sexuais se tiver sintomas suspeitos ou se encontrou alguém que apresentou os sintomas;
  • Higienizar as mãos com água e sabão sempre;
  • Evite compartilhar objetos de uso pessoal.
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