SEGUNDO ESTUDO

Tem benefícios? Descubra o que dormir tarde pode causar ao seu cérebro

Um estudo constatou que as pessoas vespertinas geralmente apresentam pontuações cognitivas mais altas do que as diurnas.

Hanna Carvalho
Repórter do EM OFF

Você conhece aquele tipo de pessoa que fica trabalhando até tarde da noite ou acorda com as galinhas? Às vezes, podemos achar que é apenas uma preferência, hábito ou, simplesmente, o jeito de ser, mas na verdade esse estilo é denominado como “cronotipo”. Um estudo publicado na revista científica BMJ, sugere que esse cronotipo pode afetar nossas habilidades cognitivas gerais.

O que isso quer dizer?

A pesquisa constatou que as pessoas vespertinas geralmente apresentam pontuações cognitivas mais altas do que as diurnas. O estudo, feito no Reino Unido, realizou vários testes cognitivos e analisou dados de mais de 26.000 pessoas. O objetivo era descobrir como os diferentes aspectos do sono, incluindo duração, padrões e qualidade, afetam o estímulo mental e a capacidade cognitiva geral.

O que a pesquisa descobriu?

A análise confirmou o que já escutamos desde sempre, que dormir entre 7 e 9 horas por noite é o ideal para a função cerebral. O estudo também identificou que o cronotipo de uma pessoa afeta a pontuação dela em testes cognitivos.

“Os adultos naturalmente mais ativos à noite tendem a ter um desempenho melhor nos testes cognitivos do que os matutinos”, disse a autora principal do estudo, Raha West, do Imperial College London, Reino Unido, em um comunicado à imprensa. “Em vez de serem apenas preferências pessoais, esses cronotipos podem afetar nossa função cognitiva.

No entanto, isso não significa que todas as pessoas matutinas tenham um desempenho cognitivo pior. “Os resultados refletem uma tendência geral em que a maioria pode se inclinar para uma melhor cognição dos tipos vespertinos”, disse West. Além disso, nosso cronotipo não é imutável – você pode se adaptar e ter uma boa noite de sono também pode melhorar seu desempenho cognitivo.

“As crianças tendem a ser do tipo matutino, os adolescentes e adultos jovens mudam para o tipo vespertino e os adultos mais velhos geralmente voltam a ser do tipo matutino”, disse Feifei Wang, especialista em sono da Universidade Eötvös Loránd em Budapeste, Hungria. Mas Wang conta que há evidências claras de que nossas preferências por horários de sono e atividade são persistentes, mesmo quando mudamos de fuso horário.

Qual a recomendação?

Wang recomenda: “manter uma programação regular de sono, ter um ambiente escuro e silencioso para dormir, tentar relaxar, não consumir cafeína ou estimulantes após o anoitecer e reduzir a exposição à luz de noite, principalmente antes de dormir”.