DESCUBRA!

Você pode ter comido insetos a vida inteira sem saber; saiba o motivo

Corante altamente utilizado em diversos alimentos possui insetos como matéria-prima

Hanna Carvalho
Repórter do EM OFF

Você fica apavorado quando se depara com um inseto? Ou com a ideia de comer um desses bichos? Esse apavoramento pode ser denominado como entomofobia, que é o medo de insetos e costuma se desenvolver na infância. No entanto, muitas pessoas podem não ter o conhecimento que já comeram esses artrópodes muitas e muitas vezes, sem saber.

Um dos corantes mais usados nas comidas, o carmim, é feito de insetos esmagados. Cochonilhas é o nome do insetos utilizados para produzir o corante e são nativos da América Latina, onde vivem em cactos. O corante é um item básico da indústria global de alimentos, sendo adicionado a inúmeros produtos, desde iogurtes e sorvetes a tortas de frutas, refrigerantes, biscoitos e donuts. Além disso, o produto é bastante usado na indústria de cosméticos e é encontrado em muitos batons.

O carmim continua a ser amplamente utilizado porque é um aditivo muito estável, seguro e de longa duração, cuja cor é pouco afetada pelo calor ou pela luz. Geralmente, quem apoia o uso do ingrediente, também defende que é um produto natural, descoberto há muito tempo pelos maias e depois usado também pelos astecas há mais de cinco séculos. Eles dizem que o carmim é muito mais saudável do que alternativas artificiais, como corantes alimentícios feitos a partir de carvão ou derivados de petróleo.

No entanto, o produto não é explicado detalhadamente e especificado no rótulos, o que faz com que muitas pessoas consumam sem saber. Se você procurar pela palavra “carmim” em um produto alimentício que o contém, é provável que você não consiga encontrá-la na lista de ingredientes. Em vez disso, o que pode estar escrito é “vermelho 4”, “vermelho 3”, “cochineal”, “corante natural de cochonilha”, “corante C.I”, “corante E120”.

O Peru é o país que lidera a produção de carmim e, de acordo com a Embaixada Peruana no Reino Unido, o país tem uma participação de 95% no mercado internacional, o que cria empregos para pelo menos 32,6 mil produtores, de acordo com a representação diplomática. No ano passado, o Peru exportou 647 toneladas do carmim, o que equivale a um valor total de US$ 46, 4 milhões (R$ 164,5 milhões).

Como são produzidos?

Para extrair o corante carmim, os insetos são esmagados e o corante é extraído com amônia. A sua coloração pode variar com o pH. Assim, em pHs mais alcalinos, o resultado é o roxo e em pHs mais ácidos, ele pode ficar alaranjado. Apesar de ser um corante natural, algumas pessoas podem apresentar alergia ao carmim de cochonilha. Além disso, as pessoas cujas dietas não incluem alimentos de origem animal, não consomem este corante.

Faz mal à saúde?

“Bronquite, problemas neurológicos, como déficit de atenção nas crianças, depressão, problemas de hiperatividade, distúrbios gástricos até chegar, inclusive, a um choque anafilático. O melhor mesmo seria a gente ir para a feira, comprar frutas, que sairiam muito mais barato e fazer o nosso próprio suco em casa que, com certeza, iríamos consumir muito mais vitaminas, minerais, deixando de consumir todas essas substâncias tóxicas que o nosso organismo não foi preparado para absorver, metabolizar e aproveitar”, diz a nutricionista Roseli Rossi ao G1.

Sair da versão mobile