opinião

Carta aberta a Daniela Beyruti e Patrícia Abravanel

Uma análise e reflexão de um apaixonado por televisão do atual momento das emissoras do nosso país

Erlan Bastos
Colunista do EM OFF

Hoje, uso minha coluna para direcionar um “desabafo” a Daniela Beyruti e Patrícia Abravanel, herdeiras do SBT. Esse desabafo, que também inclui uma análise da televisão, vem de um jornalista que é fã de televisão e do SBT, e que nunca teve vergonha de ser parte do POVÃO

Nos últimos anos, a televisão, de forma geral, passou por uma verdadeira prova de fogo com a popularização da internet. Hoje, literalmente QUALQUER pessoa pode se tornar um “influencer”. Se entrarmos em uma rua com 50 supermercados lado a lado, certamente nenhum será valorizado. Por isso, não existem ruas com 50 supermercados e isso não é sobre supermercados

Não tenho nada contra influencers na TV, mas a partir do momento em que eles ganham mais espaço do que comunicadores, a programação parece ter um supermercado atrás do outro. Silvio Santos sempre deu espaço a comunicadores porque ele sabia o que o público da sua emissora gostava. Hoje, há poucos comunicadores e são raros. 

Celso Portiolli está sendo punido todo final de semana com horas de programa cansativas e exaustivas, o que causa um desgaste desnecessário à imagem dele. Está faturando? Certamente está, mas em menos de um ano parecerá que estamos assistindo ao mesmo programa há 10 anos. Algo semelhante ao MasterChef na Band, que fatura bem, mas nem de longe tem a repercussão dos tempos áureos. 

Histórias reais, o povo na TV, histórias que chamam a atenção, desapareceram dos domingos. Preguiça? Falta de comunicadores? Falando em desgaste, temos que mencionar Rodrigo Faro, que está frio, sem emoção e é odiado por 80% dos internautas. Está cansativo e DESGASTADO. Detalhe: ele parou de ir às ruas contar histórias porque “não aguentava mais”. 

Luciano Huck, na Globo, se esforça para fazer boas histórias e tem uma estrutura impressionante. Mas falta… a tal da emoção, da conexão. Tudo soa muito artificial, mas ele está lá, se esforçando. 

Chegamos à nanica Rede TV!, que não se esforça para nada. É difícil entender como ainda está no ar. A sensação que passa ao público é que a qualquer momento alguém vai esquecer de ligar a torre e ela não entrará no ar. Mas há exceções: Geraldo Luís é o único programa da casa que consegue repercutir as pautas. Quem conseguiu localizar o irmão da Suzane von Richthofen? Pois é.  

Geraldo é o comunicador raiz, passa emoção, conta histórias, coloca o povo na TV do jeito dele. Ele é o tipo de comunicador que falta aos domingos nas grandes emissoras. A audiência agradece. Se o “Geraldo do Povo” estivesse no SBT ou na Band, certamente teria um desempenho MUITO superior, porque a RedeTV!, de rede e TV, só tem o nome. 

Já pensou em encurtar o longo e desgastante “Domingo Legal” para ter duas horas de Geraldo Luís? 

Enfim, como disse, é um desabafo de um apaixonado por televisão que não quer ver esse veículo se tornar um monte de supermercados um ao lado do outro. 

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