O cantor sertanejo Eduardo Costa está no meio de uma nova polêmica. O artista, ex-parceiro musical de Leonardo no projeto “Cabaré”, foi acionado na Justiça acusado de plagiar uma canção escrita em 2009. Na ação, uma compositora de Sumaré (SP), afirma ser a autora original do sucesso “Ainda tô aí”, lançada em 2020 e que conta com quase 250 milhões de visualizações no YouTube.
No processo, ao qual a coluna Erlan Bastos EM OFF teve acesso exclusivo, a compositora Elizabete Moreira da Camara Lomelino pede uma indenização de mais de R$ 29 milhões por plágio, além de danos morais e materiais. Ela pede, assim, parte dos lucros gerados pela canção, uma das mais executadas nas rádios e plataformas de streaming em 2020 e 2021.
No texto da ação, Elizabete relata que é compositora há anos e já escreveu diversas canções. Muitas delas foram enviadas a artistas e empresários, na busca de parcerias para possíveis gravações. Em 2009, escreveu a música “É assim”. Além da letra, ela também compôs a melodia e a partitura, garantiu a artista.
Para tentar provar o plágio, a defesa de Elizabete afirmou que a própria artista gravou a canção em diversas oportunidades entre 2009 e 2019 em estúdio próprio. A letra da música foi registrada em maio de 2010 no Escritório de Direitos Autorais (EDA). Outras canções, como “Se for Assim”, foram entregues ao órgão em 2019, mas registradas pela Biblioteca Nacional apenas em fevereiro de 2020.
Encontro com Eduardo Costa
No processo, Elizabete narra um encontro com Eduardo Costa em maio de 2019, na cidade de Bofete (SP). Na ocasião, a compositora conseguiu acesso ao camarim do cantor sertanejo e entregou ao famoso um pendrive contendo as canções “É Assim” e “Se for Assim”.
“Eu trouxe pra você duas músicas, elas foram compostas por inspiração, nelas, eu ouvia você cantar e se o fizer será sua música de maior sucesso”, disse Elizabete ao sertanejo no encontro. Em resposta, o cantor afirmou “prometo que vou ouvir”, de acordo com o texto da ação.
No material entregue pela compositora, ressalta a defesa, não foi autorizada a utilização e reprodução das canções sem o devido reconhecimento. Um ano depois, em abril de 2020, porém, Elizabete ouviu no rádio a canção “Ainda tô aí”. A artista logo percebeu a “semelhança” com a música entregue ao artista no ano anterior.
“Apesar dos disfarces, a introdução, a harmonia, melodia, o refrão da música cantada por Eduardo Costa ‘Ainda tô aí’ é cópia idêntica da música ‘É assim'”, aponta a defesa da compositora. No processo, a artista afirma ter contratado um perito judicial que concluiu que “90% da música é plágio da obra original da música de autoria da requerente [Elizabete]”.
Indenização milionária
Desse modo, a defesa da compositora pede na Justiça que sejam apresentados números detalhados “dos valores arrecadados com a canção “Ainda tô aí”. Pede também que seja julgado procedente o pedido de plágio. Assim, Elizabete exige o pagamento de uma indenização de R$ 20 milhões pelos danos materiais e mais R$ 9 milhões por danos morais. Ela quer também outros R$ 250 mil pelos lucros gerados pela canção supostamente plagiada.
A música “Ainda tô aí” acumula mais de 249 milhões de visualizações no canal oficial de Eduardo Costa no YouTube. Ela ainda figurou entre as músicas mais tocadas nas rádios brasileiras entre os anos de 2020 e 2021. A canção consta no repertório de dois DVD’s lançados pelo sertanejo durante a pandemia, o “40tena” (de 2020) e o “Fora da Lei” (de 2021).
Nesses trabalhos, porém, ela aparece como composição de Adair Cardoso e Gustavo Henrique. Segundo a defesa de Elizabete, no entanto, a canção “nada mais é que um plágio, cuidadosamente disfarçado da composição” que a compositora entregou ao sertanejo no passado.