ExclusivoLaudo psiquiátrico de Rose Miriam causa reviravolta no Caso Gugu

Documento bombástico pode anular contrato de criação dos filhos assinado pelo ex-casal em 2011

Erlan Bastos
Colunista do EM OFF

O caso envolvendo a herança bilionária de Gugu Liberato acaba de ganhar um novo capítulo. A coluna Erlan Bastos EM OFF teve acesso exclusivo a um laudo psiquiátrico de Rose Miriam di Matteo que afirma que a médica apresentava transtornos e estava “descompassada” e “incapaz” no momento da assinatura do Contrato de Compromisso Conjunto para Criação dos Filhos, em 25 de março de 2011.

Contextualizando a situação, na semana passada, o EM OFF publicou com exclusividade a carta escrita à mão por Rose Miriam, a qual a defesa da médica afirmou ter sido escrita em momento de “desespero ao saber da traição e da bissexualidade do marido”. O tal contrato assinado pela médica e por Gugu voltou à tona nesse contexto.

Vale lembrar que a existência do contrato foi divulgado em primeira mão por este jornalista em 2020. O documento aponta que “ambos deliberaram que por meio de inseminação artificial teriam três filhos”. Além disso, ambos “assumiram que todas as decisões voltadas aos interesses das crianças, de qualquer natureza que fossem, sempre seriam, sem exceção, por eles conjuntamente discutidas e tomadas”.

Tal contrato é apontado pelos advogados da defesa da família de Gugu como prova cabal de que o apresentador e Rose Miriam jamais tiveram uma união estável. O laudo disponibilizado agora, porém, pode fazer o caso ter uma reviravolta, já que aponta que a médica enfrentava problemas psiquiátricos no momento da assinatura. Assim, o documento pode anular o contrato de criação dos filhos assinado pelo ex-casal.

O que diz o laudo?

O parecer médico ao qual o EM OFF teve acesso foi emitido por Thiago Fernando da Silva. Ele é médico psiquiatra formado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) e especializado em psiquiatria forense. O laudo foi pedido pela própria defesa de Rose Miriam a fim de “demonstrar a incapacidade (…) no momento da assinatura do Contrato de Compromisso Conjunto para Criação dos Filhos, em 25 de março de 2011”.

Segundo o laudo, Rose Miriam ficou internada entre janeiro e fevereiro de 2011 após pedido de um médico psiquiatra, uma vez que ela teria tentado se matar ao ingerir grande quantidade de medicamentos. Foram, segundo o documento, 12 comprimidos de Rivotril, 4 de Dramin, 10 de Dipirona, entre outros. No prontuário da época, consta que ela teria chorado muito, dito que não era uma boa mãe e que se sentia solitária.

Antes da internação, Rose Miriam fazia o uso de diversos remédios psiquiátricos e realizava acompanhamento psicológico desde abril de 2009. De acordo com o médico responsável na época, a ex-companheira de Gugu apresentava transtorno obsessivo compulsivo.

No documento ao qual o EM OFF teve acesso, consta uma mensagem que Rose Miriam teria enviado por e-mail. A mensagem diz: “Eu cometi inúmeros atos feios, bizarros e até mesmo perigosos nos últimos tempos. Mas eu vou precisar do teu perdão e, mais ainda, embora eu saiba que será difícil, da tua confiança”. “Fiz um voto com Deus de não ingerir uma gota de álcool sequer, assim também quanto ao abuso de comprimidos. Seguirei respeitavelmente as condutas do Dr. Pérsio e da Dra. Vera. Estou ciente da gravidade dos erros que eu cometi, mas também estou ciente de que farei o possível e o impossível para não errar”.

Incapaz?

Ainda durante a internação, segundo o laudo, Rose Miriam recebeu o diagnóstico de “episódio depressivo”. O documento diz ainda que o prontuário de 2011 mostrava “sintomas obsessivos preexistentes associadas ao relacionamento afetivo”, além de afirmar a dependência do álcool.

De acordo com o laudo apresentado, Rose Miriam di Matteo “apresentava diversos transtornos psiquiátricos” no período da assinatura do contrato. Assim, segundo o documento, ficou demonstrado que tais transtornos, além do uso de diversos medicamentos, afetaram a capacidade cognitiva da ex-companheira de Gugu e o processo de tomada de decisão em relação à assinatura em questão.

Mesmo após sua internação, Rose Miriam continuou o uso de medicamentos devido à sua “instabilidade”. Foi necessária até mesmo a organização de uma “equipe de suporte com familiares, empregados, bem como profissionais na área da psiquiatria e psicologia”. Esse processo teria levado um ano (entre janeiro de 2011 a janeiro de 2012).

Assim, o médico responsável pelo laudo alega que “após detalhada análise dos documentos”, pode-se afirmar que Rose Miriam apresentava “um quadro psiquiátrico grave e descompassado, com diversos transtornos psiquiátricos comórbidos”, no momento da assinatura do contrato com o apresentador. “Em março de 2011, seus sintomas psiquiátricos encontravam-se descompassados, tendo acabado de sair de uma internação hospitalar por tentativa de suicídio, e encontrava-se incapaz para os atos da vida civil”.