investigado

Bruno Krupp deixa hospital e segue para presídio após atropelar e matar adolescente

O modelo estava no Hospital Marcos Moraes, no Méier, na Zona Norte do Rio de Janeiro; Ele é investigado por dolo eventual

Fábia Oliveira
Colunista do EM OFF

Bruno Krupp deixou o Hospital Marcos Moraes, no Méier, na Zona Norte do Rio de Janeiro, na noite deste sábado (6) e seguiu para uma unidade prisional. O modelo e influenciador está sendo investigado por dolo eventual, após ter atropelado João Gabriel Cardim Guimarães, de 16 anos, no último final de semana na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio. O adolescente acabou morrendo.

A ida de Bruno Krupp para o presídio se deu após contradições encontradas nos laudos do Hospital Marcos Moraes e do médico Bruno Nogueira Teixeira, contratado pela família do modelo. Isso porque, enquanto a unidade liberava o influenciador para cumprir prisão preventiva em uma unidade prisional, o médico particular solicitava seus cuidados em uma UTI.

Com as contradições encontrados, o médico Bruno Nogueira Teixeira será investigado por falsidade ideolófica e fraude processual. O novo inquérito foi aberto pelo delegado Aloysio Berardo Falcão de Paula Lopes, adjunto da 16ª DP, na Barra da Tijuca.

Na última quarta-feira (3), Bruno Krupp gravou um vídeo dentro do hospital e falou pela primeira vez sobre o caso. “Gente, pelo amor de Deus, eu sou a última pessoa que queria que isso tivesse acontecido. Pode ter certeza que eu queria que o pior tivesse acontecido comigo. Eu fui levado de ambulância pro hospital, eu fui transferido de ambulância pra outro hospital, eu não fugi do hospital, eu não fugi dos médicos”, começou ele.

Em seguida, ele afirmou que tudo foi acidente e revelou ter sofrido maus-tratos por parte dos funcionários do Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, para onde foi levado inicialmente. “Eu fiquei três horas esperando no hospital pra ser atendido e ninguém me atendia. Eu estava morrendo no hospital, os empregados me tratando mal, batendo com a maca no corredor, me chamando de assassino, como se eu tivesse feito alguma errada. Eu não bebi, eu não usei drogas, eu não fiz nada, foi um acidente”, finalizou.

Procurada pela coluna, a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Saúde informou que não há registros de queixa do modelo sobre as supostas condutas inadequadas.

“A direção do Hospital Municipal Lourenço Jorge informa que o paciente Bruno Krupp foi atendido na noite de sábado após acidente de trânsito, passou por todos os cuidados e exames indicados, inclusive tomografia computadorizada, e teve alta no domingo, após ser liberado pelos médicos das especialidades que o atenderam”, respondeu.

A Secretaria também informou que Bruno Krupp deixou a unidade por meios próprios. “Em diversos momentos durante o atendimento, o paciente expressou desejo de deixar a unidade e ir a um hospital da rede particular, porém não houve solicitação de transferência, o que, nesses casos, deve ser providenciada pela família junto ao plano de saúde. Bruno teve alta e deixou a unidade por meios próprios”, pontuou.

Já sobre as declarações do modelo ter sido maltratado e chamado de assassino pelos funcionários do hospital, a SMS afirmou que ele não formalizou nenhuma reclamação. Caso faça, a direção irá apurar a denúncia. “Não há registro de queixa de Bruno Krupp sobre supostas condutas inadequadas por parte da equipe assistencial. Caso ele queira formalizar a reclamação, a direção do hospital abrirá um procedimento para apurar os fatos devidamente”, disse a secretaria da Prefeitura do Rio.

O comunicado também esclareceu a reclamação do jovem sobre a demora no atendimento. “Sobre o tempo de espera, cabe esclarecer que o Hospital Lourenço Jorge atende na emergência por classificação de risco, com prioridade para os casos mais graves e com risco de vida. Sendo afastada, na primeira avaliação, a possibilidade de lesões graves em Bruno, os médicos deram prioridade a um adolescente que chegou à unidade com quadro gravíssimo, politraumatismo e amputação traumática de membro inferior. O atendimento ao menor envolveu vários médicos na tentativa de salvar sua vida, o que infelizmente não foi possível”, finalizou.

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