Guilherme de Pádua, morto por um infarto em novembro do ano passado, sempre causava problemas nos sets de gravação. A afirmação é do empresário e agenciador Marcus Montenegro que, em entrevista ao podcast ‘Papagaio Falante’, lembrou de momentos complicados do ator antes da morte de Daniella Perez. Renato Rabello, que apresenta o programa ao lado de Sérgio Mallandro, recordou uma fala do especialista em um documentário.
“Você falou no documentário que ele sempre dava problema, sempre onde ele estava rolava problema. Como foi isso?”, questionou ele. Montenegro, então, respondeu: “Isso era uma coisa que a gente jamais poderia lidar, achar que ele dava problema porque era um assassino. Ele tinha uma energia truncada. Então, tinha a cena da moto, né? Teve um um dia que ele resolveu fazer uma manobra nova. Ele acabou ferindo um cara em cena. Porque ele tinha esse ímpeto de ser novo”, contou ele.
Em seguida, Montenegro continuou apontando os problemas: “A gente tinha um cuidado muito grande em tirar o fio dos canivetes, porque tinha muitos canivetes em cena. Ele que inventou um apelido que eu adoro, que é ‘Black Mountain’, que eu não uso porque foi ele que inventou. Ele um dia ele falou: ‘hoje eu tiro os fios do canivete pra você’. Eu falei: ‘mas eu tenho os contrarregras’. E ele: ‘não, eu vou fazer isso’. Ele fez, ele tirou de todos e um ele não tirou. E o foi o canivete que foi usado numa cena que cortou, realmente, o ator”, recordou, antes de continuar:
“Ele machucou o Fábio Assunção com um soco. Aonde tinha a confusão, ele estava metido. Energeticamente, ele era um cara muito ambicioso, um cara que, realmente, queria o sucesso. Chegou muito mineiro, comendo pelas beiradas, muito simpático, né? Eu também não dou muita abertura. Cumpriu o dever dele, mas a gente foi sentindo a ambição de um cara que queria um espaço a todo custo”, analisou Montenegro.
No fim do assunto, Renato quis saber sobre uns tiros que Guilherme de Pádua teria levado, mas o empresário não soube dar muitos detalhes: “Não rolou uma parada que ele tomou uns tiros. Não teve isso? O que houve?”. Montenegro, então, relatou: “Tem uma história que a gente não sabe detalhes até hoje, mas teve um assalto e ele tava dentro do carro. Ele avançou numa blitz e levou uns tiros, mas ninguém sabe detalhes do fato. O fato é que é uma nuvem preta, cinza”, comparou.
A morte de Guilherme de Pádua
Assassino da atriz Daniella Perez, filha da escritora e autora Glória Perez, o ex-ator Guilherme de Pádua morreu no dia 06 de novembro do ano passado. A informação foi divulgada pelo pastor Márcio Valadão, fundador da Igreja Batista da Lagoinha, onde Guilherme atuava como pastor, durante uma transmissão ao vivo pelas redes sociais. Segundo Valadão, Guilherme de Pádua foi vítima infarto.
Ainda na noite de ontem, Guilherme havia frequentado a igreja, como fazia todos os domingos, e conversado com frequentadores. A Coluna ‘Erlan Bastos EM OFF’ procurou dois membros da igreja que confirmaram a informação. Guilheme de Pádua ficou conhecido nacionalmente após matar a filha da autora de novelas Glória Perez. A família de Guilherme foi procurada, porém não se pronunciou sobre a morte do ex-ator.
Após a fala de Valadão nas redes sociais, a Igreja Batista da Lagoinha, onde o ex-ator compunha o time pastoral desde 2017, emitiu um comunicado falando sobre a morte. “Com imenso pesar, a Igreja Batista da Lagoinha informa a morte do pastor Guilherme de Pádua, que nos deixou na noite deste domingo (6) após sofrer um infarto na residência que morar em Belo Horizonte”, informou o texto.
“A Igreja Batista da Lagoinha, desde o momento da conversão de Guilherme, abriu suas portas para ser, também, a sua casa. Guilherme pagou à justiça o que ela lhe impôs, como cremos que deve acontecer, e nós, como corpo de Cristo, nos posicionamentos para sermos para ele e tantos outros já condenados por crime diversos, aquilo que a Bíblia nos instrui: o lugar da nova chance que apenas Jesus pode dar ao que se arrepende”, ressaltou.
Em 1992, a atriz Daniella Perez, filha da escritora Glória Perez, foi assassinada aos 22 anos com 18 golpes de faca por Guilherme de Pádua e sua esposa na época, Paula Thomaz. Ambos foram condenados: Paula foi condenada a 18 anos e meio de prisão, enquanto Guilherme obteve pena de 19 anos. Ambos saíram da prisão antes de cumprirem sete anos de pena, em 1999.
Pouco tempo após a prisão, Guilherme de Pádua se separou de Paula Thomaz. Logo depois de deixar a cadeia, em 1999, o assassino da única filha de Glória Perez foi morar em Minas Gerais com os pais. Ele também se converteu a religião evangélica. Em 2016, Guilherme de Pádua decidiu entrar no seminário para estudar teologia.
Em 2017, ele se casou pela terceira vez com a maquiadora Juliana Lacerda e se tornou pastor. Em 2020, o assassino e ex-ator Guilherme de Pádua voltou a ganhar destaque na mídia ao participar de um ato a favor do presidente Jair Bolsonaro (PL), em Brasília. Na época, Bolsonaro conclamava seus apoiadores a irem às ruas contra o isolamento social.