Cássio, goleiro do Corinthians, e sua família receberam ameaças de morte de um torcedor do timão, nesta quinta-feira (7). As ameaças chegaram através do Instagram do personal trainer da esposa do jogador. O atleta registrou um boletim de ocorrências na delegacia e postou uma nota oficial em suas redes sociais sobre o episódio.
“Resolvi me manifestar depois dos fatos que aconteceram com minha família nesta quinta-feira (07/04). Encaminhei à polícia os áudios recebidos por minha esposa, para que, quem tenha a competência necessária, possa cuidar do caso. Não posso aceitar esse tipo de ameaça de forma alguma. Espero que a justiça seja feita”, começou o comunicado.
Cássio continuou: “Sempre fui um jogador que lidou bem com críticas, discordei e me defendi quando necessário, além de admitir falhas quando entendi que elas aconteceram. Mas desafio alguém a provar que eu tenha ficado mais de dez anos no Corinthians sendo ‘vagabundo’ ou ‘paneleiro’, os termos que foram usados hoje e que aparecem em algumas manifestações vez ou outra”.
“Sempre fui um jogador que me dediquei ao máximo e procurei ajudar dentro e fora dos campos os treinadores, atletas e dirigentes que passaram por aqui. Muitas vezes, entrei em campo sem as minhas melhores condições para ajudar o Corinthians. E fiz isso sem esperar nada em troca. Fiz porque sou assim. Sou muito grato ao Corinthians e procuro retribuir essa gratidão deixando tudo o que posso a cada dia”, disse ele na nota.
“Tenho total consciência que devo provar sempre porque cheguei a quase 600 jogos e conquistei nove títulos por esse clube. Nunca sentei em cima das glórias, até porque não ganhei nada sozinho e quero seguir ganhando enquanto eu tiver contrato vigente”, continuou o goleiro, que finalizou:
“Por tudo isso, não aceito o que aconteceu e não quis ficar calado diante de tanta injustiça. Um abraço a todos”, terminou Cássio.
O Corinthians também emitiu uma nota de repúdio as ameaças sofridas pelo goleiro Cássio e sua família. Nas redes sociais, o clube disse espera que as autoridades consigam identificar os autores do crime.
“O clube já acionou a Delegacia de Polícia de Repressão aos Delitos de Intolerância Esportiva (DRADE) a fim de tomar as medidas cabíveis para a segurança dos atletas. Esperamos que as autoridades consigam identificar o autor desse crime e que ele seja submetido às penas da lei”, dizia uma parte da nota.
“Rejeitamos a imagem que associa o Corinthians a uma arma de fogo e munição: como clube, nossa missão é de paz, respeito e igualdade, na vitória e na derrota”, continuou.
“O atleta de futebol é um ser humano que tem direito tanto à integridade física quando à saúde psicológica. Pedimos aos torcedores que se conscientizem a respeito da necessidade de paz no futebol, respeitem a pessoa do jogador e sua família e repudiem conosco qualquer iniciativa que tente transformar o futebol numa atividade em que a violência é tolerável”, terminou.