papo sério

Lary Bottino recebe Gil Jung no podcast ‘Borah Fala’

Ex-apresentadora do Multishow falou dos traumas que carrega desde a adolescência e criticou os padrões estéticos impostos pela sociedade

Fábia Oliveira
Colunista do EM OFF

Lary Bottino entrou para o mundo dos podcasts com o ‘Borah Fala’, que vai ao ar na próxima semana. Entre os convidados está a modelo e ex-apresentadora do Multishow, Gil Jung. Durante sua participação, ela contou sobre os traumas que carrega desde a adolescência e criticou os padrões estéticos impostos pela sociedade.

“Me comparavam muito com a minha irmã, que sempre teve um corpo mais magro e esteticamente dentro dos padrões. Sempre tive que lutar contra a balança. Essa comparação era algo que me incomodava muito e eu acabava descontando na comida. Eu chegava a comer dois pães com manteiga de uma só vez no café da tarde em casa. Só que chegou um momento em que comecei a perceber que eu não cabia mais nas roupas, que tinha que usar calça tamanho 42, isso quando eu estava na pré-adolescência”, conta ela.

“Era bem difícil, então quando eu comecei a me descobrir eu me frustrei. Foi aí que resolvi procurar ajuda, com o apoio da minha mãe pra emagrecer, pra me sentir melhor. Mas hoje, eu percebo que isso tem a ver muito com os padrões impostos pela sociedade. Eu não me aceitava. E depois disso também eu recorri a lipo e outras coisas. O meu corpo foi construído em cima de uma cobrança muito forte da sociedade”, refletiu Gil Jung.

A apresentadora também relembrou alguns episódios de assédio que sofreu quando ainda morava no Rio Grande do Sul. “O que eu percebo é que naquele tempo, nos meus empregos comuns, antes de ir pra TV, quando eu tinha menos exposição, eu sofria mais assédio. É claro que hoje ainda acontece isso, mas eu sei lidar de uma forma melhor. Teve uma vez que eu voltando pra casa a pé, ainda no Sul, fui pelo menos duas vezes assediada na rua com homens passando a mão na minha bunda”, revela.

Gil Jung ainda contou que sofreu muita pressão psicológica de um antigo namorado na época em que apresentava o programa ‘Diário Quase Secreto’, do Multishow. “Até o lançamento ninguém sabia que seria esse lance de peito de fora, desse apelo sensual e era algo completamente diferente na TV. Isso até existia, mas em programas americanos, internacionais, mas era uma proposta nova que o Multishow estava trazendo pro Brasil. Eu tive muita dificuldade de falar e meu namorado, da época, acabou descobrindo no lançamento do programa”.

“Sofri abuso psicológico por conta disso, mas consegui reverter. É o preço que a gente paga por isso. Depois ele entendeu, mas até entender foi um baque. Apesar do programa ter apelo sensual, eu fui muito respeitada dentro do Multishow”, relembrou.