Depois de anunciar sua saída do PL, poucas horas após o presidente Jair Bolsonaro confirmar sua filiação ao partido, Thammy Miranda conversou com a coluna, com exclusividade, sobre sua decisão. O vereador, que teve votação expressiva na cidade de São Paulo, explicou porque preferiu se desligar da coligação a tentar se opor ao movimento que vinha sendo feito para a filiação do presidente. “Não cabe a mim avaliar”, afirmou.
O político, que faz parte da comunidade LGBTQI+ e é grande defensor da causa, também falou por que ingressou na política por meio de um partido considerado mais conservador. “Me aceitaram como eu sou”, analisou. O filho de Gretchen ainda contou um pouco de como tem sido seu trabalho na política e abriu o jogo sobre o preconceito no ambiente onde atua. Confira:
Você disse que saiu PL por conta da filiação do Bolsonaro e essa filiação já estava sendo cogitada há um tempo. Em nenhum momento, como vereador com votação expressiva em São Paulo, você pensou ou chegou a argumentar, reunir partidários contra esse movimento?
Não. Acredito que não cabe a mim avaliar a decisão do partido, confesso que passo a maior parte do tempo envolvido com assuntos da Câmara Municipal e visitando as comunidades, mas depois que ocorreu a filiação eu me reuni com a minha equipe já com a decisão tomada. Não precisei pensar muito.
Por que você se filiou o PL, um partido já considerado conservador? Ou o partido mudou de posição nos últimos tempos?
Eles me receberam de braços abertos, me aceitando, aceitando quem eu sou, como eu sou e de acordo com as minhas ideias. Abriram várias portas para que eu fizesse as coisas do jeito que eu sempre acreditei.
Já tem outro partido em vista?
Ainda não estou analisando isso, acabamos de aprovar a criação de mais de 1000 vagas para professores na cidade e estou correndo atrás da aprovação do meu projeto de lei para levar Educação Socioemocional para as escolas públicas. No tempo certo eu penso nisso.
Como está indo na política? O que tem percebido ‘deste lado’ que não percebia como eleitor?
Eu só confirmei que é a partir da política que a gente consegue fazer mudanças significativas na vida das pessoas. Ando construindo as coisas junto com a nossa gente, porque acredito que só escutando e vivendo junto com as pessoas a realidade delas é que a gente pode elaborar e propor as melhorias que a população e a cidade realmente precisam.
Sente preconceito entre os vereadores? Como tem sido a sua relação com os parlamentares?
Nunca senti nenhum tipo de preconceito e me tratam com bastante respeito.
Pensa em seguir na carreira política? Almeja ser senador ou governador?
Meu foco vem sendo cumprir o meu papel como vereador, as pessoas confiaram em mim para isso. No momento certo eu penso sobre, mas por enquanto quero gastar minha energia honrando a confiança das pessoas que acreditaram e que acreditam em mim.