O câncer de intestino, que recentemente tirou a vida da cantora Preta Gil, está entre os mais frequentes do Brasil: ocupa o terceiro lugar entre os homens e o segundo entre as mulheres, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). Superado apenas pelos tumores de próstata, pulmão e mama, o cenário é alarmante e levanta uma questão crucial: como prevenir a doença?
Um estudo conduzido pelo Imperial College London, no Reino Unido, acendeu um alerta. A pesquisa concluiu que o consumo regular de alimentos ultraprocessados — como refeições prontas, pão branco e refrigerantes — pode aumentar em até 30% o risco de desenvolver câncer de intestino, mesmo entre pessoas com peso considerado normal.
A análise cruzou a dieta de milhares de pessoas de meia idade com seus históricos médicos. O resultado mostrou que a cada 10% de aumento nas calorias ingeridas a partir de ultraprocessados, o risco geral de câncer crescia 2%. No caso específico do câncer de intestino, o impacto foi ainda maior: refrigerantes, sucos industrializados e energéticos chegaram a dobrar as chances da doença antes dos 50 anos.
Esses alimentos, de baixo valor nutricional e alto teor de gordura, açúcar e aditivos químicos, incluem sopas instantâneas, salsichas, bacon e hambúrgueres. No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda o rastreamento do câncer de cólon e reto a partir dos 50 anos, mas diversos países já reduziram essa idade para 45, reforçando a importância da detecção precoce e de uma alimentação saudável na prevenção de casos como o que vitimou Preta Gil.