O cineasta David Lynch, conhecido por obras como Cidade dos Sonhos (2001) e a série Twin Peaks, faleceu aos 78 anos. Ícone do surrealismo e mestre das narrativas sombrias, Lynch foi indicado quatro vezes ao Oscar e conquistou o reconhecimento mundial por sua abordagem única. A causa da morte não foi divulgada, mas em 2024 ele revelou sofrer de enfisema pulmonar, doença atribuída ao hábito de fumar desde os oito anos, o que já havia limitado sua atuação no cinema.
Lynch começou sua carreira artística como pintor, mas foi com o cinema que encontrou sua verdadeira vocação. Seu primeiro longa, Eraserhead (1977), tornou-se cult e chamou a atenção de Hollywood, levando-o a dirigir O Homem Elefante (1980), indicado a oito Oscars. Após o fracasso com Duna (1984), ele retomou o sucesso com Veludo Azul (1986), que lhe rendeu mais uma indicação ao Oscar, e Coração Selvagem (1990), vencedor da Palma de Ouro em Cannes.
Na TV, Lynch revolucionou o formato com Twin Peaks (1990), série que conquistou status cult e influenciou gerações de criadores. O mistério sobre a morte de Laura Palmer deu origem a um filme e, anos depois, a uma temporada final em 2017. Para públicos mais jovens, Cidade dos Sonhos (2001) foi sua obra mais marcante, consolidando sua parceria com Naomi Watts e garantindo prêmios como o de Melhor Diretor em Cannes.
Além de cineasta, Lynch também era ator, escritor e defensor da meditação transcendental, que ele considerava essencial para sua criatividade. Durante sua visita ao Brasil, em 2008, ele destacou a importância de um ambiente de trabalho acolhedor e intuitivo no cinema. “O set deve ser um lugar seguro para os atores explorarem sua criatividade”, afirmou. Lynch deixa um legado de inovação, influenciando não apenas o cinema, mas toda a cultura pop mundial.
