Investigações

Deolane Bezerra usou a família pra lavar dinheiro diz Polícia

Investigações avançaram após prisão de Deolane Bezerra e Polícia Civil de Pernambuco colhe novos indícios de crimes

Juarez Oliveira
Repórter do EM OFF

As investigações da Polícia Civil de Pernambuco não foram encerradas após a deflagração da operação “Integration”, que resultou na prisão da influenciadora Deolane Bezerra e de sua mãe, Solange Bezerra, no dia 04 de setembro, em Recife. A operação, que contou ainda com a colaboração das polícias civis da Paraíba, de São Paulo, do Paraná e de Goiás, e que bloqueou bens estimados em cerca de R$ 2,1 bilhões de todos os investigados busca combater lavagem de dinheiro e jogos de azar ilegais.

Com o avanço das investigações e a apreensão de novas provas, a Polícia Civil de Pernambuco colheu provas que apontam para o uso da conta bancária do filho adolescente de Deolane Bezerra no esquema, onde teriam sido movimentados valores milionários na conta do garoto, de 17 anos.

Segundo a investigação e de acordo com dados compartilhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a conta do jovem de 17 anos teria movimentado quase R$ 1,4 milhão, entre 1º de dezembro de 2022 e 31 de maio de 2023. À época, a renda mensal atribuída ao garoto era de apenas R$ 2 mil.

 Os dados mostram que 99% desses valores movimentados na conta do adolescente foi debitada via Pix, de forma fracionada, para outras contas, o que caracterizaria a prática de lavagem de dinheiro classificada como “smurfing”, quando são movimentados grandes valores financeiros, por meio de muitas transferências de pequenos valores, para dificultar o rastreio.

A investigação também apontou que a mãe de Deolane, Solange Bezerra, utilizava um e-mail com o nome do neto para realizar negócios e foram registradas transferências de valores expressivos entre as contas dela e a do neto. O site Metrópoles teve acesso ao contrato de abertura de uma empresa de cosméticos em que constava o nome do adolescente como proprietário. No contrato de abertura da empresa, que chegou a gastar R$ 735.720,00 em cosméticos, constavam a assinatura, o nome, o CPF e uma foto do adolescente segurando o seu documento de identificação.