Já fazem mais de cinco meses desde a morte da dançarina Djidja Cardoso e o caso ainda não deixa de surpreender a imprensa. Nesta terça-feira (3), o portal G1 divulgou com exclusividade algumas informações que estão no inquérito policial sobre o caso, que estava em sigilo durante a investigação. De acordo com o site, os investigadores acabaram descobrindo que a ex-Sinhazinha do Boi Garantido era torturada pela mãe, Cleusimar Cardoso.
Os documentos obtidos pelo G1 trazem novos depoimentos que ainda não haviam sido divulgados, como por exemplo o de uma empregada doméstica que trabalhava na casa da família há cerca de 2 anos. A funcionária apontou um comportamento “agressivo” em Cleusimar e chegou a relatar que por vezes viu a patroa machucando Djidja Cardoso, beliscando e torcendo o braço dela e também “assanhando” o cabelo da filha.
“Djidja estava fraca e mal conseguia se defender e inclusive sempre pedia para Cleusimar parar com o comportamento que a machucava”, contou ela. De acordo com o site, também foi adicionado ao inquérito um vídeo em que a dançarina aparecia com um corte profundo no couro cabeludo. No entanto, não houve como identificar o que causou o machucado.
A empregada doméstica também falou sobre o consumo de drogas feito pela família de Djidja Cardoso. De acordo com a funcionária, o uso delas acabou se tornando algo frequente com o passar do tempo entre Cleusimar e os filhos. Ela também revelou que os três chegaram a usar um anabolizante denominado Potenay, que originalmente é usado para ajudar animais de grande porte a se recuperarem. A ex-contratada ainda revelou ter visto com frequência a dançarina e o irmão, Ademar, pedindo analgésicos por telefone.
O vício de Djidja Cardoso
Outro depoimento que teria chamado a atenção foi o de um familiar da ex-Sinhazinha do Boi Garantido. De acordo com a pessoa, o fato da dançarina ser usuária de drogas já era de conhecimento geral dos parentes e eles até teriam tentado denunciar o caso à polícia cerca de um ano antes da morte de Djidja Cardoso. No depoimento uma pessoa revelou que a manauara era impedida de receber visitas e até mesmo de sair de casa, tendo em vista que sempre estava sob efeito das substâncias. “Ela ficou muito dependente, então ela não vivia mais sem. Várias vezes a gente tentou fazer alguma coisa, nós fizemos BOs. Porém, a mãe e os funcionários proibiram nossa entrada. A gente não podia fazer nada”, contou.
Djidja Cardoso foi encontrada sem vida dentro do casa no último dia 28 de maio deste ano, que ainda está sob suspeita de ter sido causada por overdose. Cleusimar e Ademar foram presos exatamente dois dias após a situação. De início as autoridades começaram a investigá-los por tráfico de drogas, mas posteriormente se surpreenderam ao descobrir que os três, na verdade, faziam parte de uma seita denominada “Pai, Mãe, Vida”, criada por eles. A suposta organização religiosa tinha como objetivo promover o uso de drogas sintéticas entre os participantes, como por exemplo a cetamina.