No início da noite desta quinta-feira (27), foram divulgados novos fatos sobre o caso do humorista Marcius Melhem. O comediante e ex-diretor do núcleo de humor da Globo está sendo investigado, há dois anos, pela Delegacia Especial de Atendimento à Mulher e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. O motivo da investigação é uma denúncia de assédio feita pela humorista Dani Calabresa e outras seis mulheres.
Apesar de fazer algum tempo que esse processo foi aberto, o caso voltou à tona nos últimos meses, e tem gerado bastante polêmica a cada novo pronunciamento dos personagens dessa história. Os novos fatos que ganharam visibilidade são resultado de uma investigação de 30 meses feita pelo jornalista Ricardo Feltrin. Ele fez essa divulgação por meio de um vídeo em seu canal do YouTube.
De acordo com o jornalista, a reportagem que a Revista Piauí fez, em dezembro de 2020, que trouxe à luz as acusações contra Marcius Melhem, não era para ter sido focada somente no comediante. Havia mais duas pessoas que deveriam ter sido expostas também. Segundo Feltrin, o ator Caio Blat e o diretor de TV Luiz Fernando Carvalho tinham acusações de assédio há muitos anos, e, por isso, a ideia de incluí-los na matéria.
Outro ponto levantado foi que a Globo teria “facilitado” a vida das acusadoras dentro da emissora. De acordo com Ricardo, depois que a Dani Calabresa fez a denúncia e as outras mulheres começaram a aparecer, elas passaram a ter um certo poder lá dentro. “Essas mulheres tocaram o terror na Globo, por um ano; não, mais. Foi 2020 inteiro até junho de 2021. Um ano e meio essas mulheres tocaram o terror na Globo. Nas funcionárias, foram atrás de gente, foram pesquisar a vida do cara em outros lugares…“, afirmou o jornalista.
Feltrin ainda revelou que um ator muito famoso da Globo estava envolvido em uma grande polêmica ao mesmo tempo em que ia ao Ministério Público fazer uma denúncia por assédio contra o Melhem. “Ele tinha engravidado uma figurante, o marido [dela] descobriu e começou a persegui-lo e ameaçá-lo. Disse que ia quebrar ele inteiro. Todo mundo ficou sabendo, inclusive a família dele. (…) Essa garota interrompeu a gravidez e quem pagou essa interrupção foi o ator. E esse cara estava indo lá acusar o cara [Marcius] no mesmo momento“, contou Ricardo.
Foi exposto, também, que foi a atriz Verônica Debom quem levou a advogada Mayra Cotta para o caso. De acordo com o jornalista, nenhuma das sete mulheres supostamente vítimas do humorista, sabia do relacionamento das outras com Melhem. Segundo Feltrin, foi um choque, para elas, descobrir os casos das outras.
“No afã de estrelar uma causa de repercussão nacional, a advogada Mayra Cotta fez um ‘catadão’ de atrizes. Quem estava disposta a acusá-lo. Então, ela tinha certeza de que ia aparecer um monte, vinte, trinta mulheres. E quem ia intimar as pessoas? A Verônica Debom. Que ódio que essa mulher tem. Incrível! Dá um livro um dia. E a Verônica começou a caçar essas outras mulheres, e sofreu ameaça, sofreu denúncia no compliance, assustou as pessoas…“, revelou.
“Então, depois de quase dois anos, elas não conseguiam mais ninguém, elas não conseguiam mais gente. Elas ficavam atrás de pessoas, mas não conseguiam. Então, acabou ficando esse grupinho, esse núcleo de umas amigas da Zona Sul do Rio, as únicas assediadas pelo Marcius Melhem. E elas conseguiram trazer duas pessoas que obviamente caíram de paraquedas. (…) Então Débora Lamm e Carol Portes visivelmente caíram de paraquedas nesse caso“, contou Feltrin.
O jornalista ainda apontou que o plano de acusação que deu início às denúncias, foi executado por Mayra Cotta, Verônica Debom e Bárbara Duvivier. Essa última foi amante do Marcius Melhem por sete anos e é enteada da atriz Maria Clara Gueiros. De acordo com Feltrin, amigas da Bárbara afirmaram que ela tem mitomania – um transtorno psicológico que faz com que o portador seja um mentiroso compulsivo.