O humorista Gregorio Duvivier debochou da decisão da Justiça Eleitoral em suspender os perfis de Pablo Marçal (PRTB), candidato à Prefeitura de São Paulo, nas redes sociais. A liminar atende a pedido do PSB, partido de Tabata Amaral, também candidata à prefeitura da capital paulista.
“Olá pessoal. Vou falar uma coisa polêmica aqui. Mesmo discordando do Pablo Marçal radicalmente em tudo. Eu sou contra terem tirado as redes sociais dele. A internet é o sustento do cara. E ele agora vai ter que fazer o que? Aplicar golpe financeiro na rua? Vai ter que ligar pro fixo das pessoas para vender esquema de pirâmide? Ninguém mais atende fixo. Ele vai morrer de fome, porque trabalhar não é uma opção”, disparou.
E continuou: “A gente tem que pensar hoje em dia a fonte de renda de muita gente no Brasil, falando sério mesmo, é o golpe financeiro no TikTok. Se você proíbe do dia para a noite, o estelionato nas redes sociais, você vai ter uma manada de coaches vagando pela cidade. Desempregada, porque é uma força de trabalho que vai estar sem rumo. Então temos que pensar em como acomodar essa força de trabalho, em como reinserir o influencer na sociedade”, disse.
Entenda
Na última sexta-feira (23), a Justiça Eleitoral atendeu a ação do PSB, que acusa Pablo Marçal de abuso de poder econômico pelo suposto pagamento de apoiadores para editar e difundir cortes de vídeos do candidato nas redes sociais, em um esquema envolvendo mais de 5 mil perfis. De acordo com a ação, o candidato do PRTB realiza concursos entre seus apoiadores, com premiações.
Na decisão liminar, o juiz eleitoral Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, avalia que “há por certo razoável indicação que o requerido Pablo tem fomentado há algum tempo, por meio da rede social, uma arquitetura aprofundada e consistente na capilaridade e alcance de sua imagem”.
Ainda segundo o juiz, Marçal “fideliza e desafia seguidores, que o seguem numa desenfreada busca de ‘likes’ em troca de vantagens econômicas”. Em outro trecho, o juiz diz: “‘Monetizar cortes’ equivale a disseminar continuamente uma imagem sem respeito ao equilíbrio que se preza na disputa eleitoral”.
Como resultado, a Justiça determinou a suspensão dos perfis de Marçal no Instagram, X (antigo Twitter), TikTok e YouTube e de seu site pessoal até o fim das eleições. A decisão determina ainda a proibição de que o candidato renumere “cortadores” de seus conteúdos até o final das eleições. A medida também impõe a suspensão do canal do empresário na plataforma Discord.