O apresentador Luciano Huck fez uma declaração nesta terça-feira (30), afirmando que a ditadura venezuelana “não é apenas uma narrativa”. A fala do apresentador parece ser uma resposta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, durante um encontro com o líder venezuelano Nicolás Maduro na segunda-feira (29/5), mencionou a existência de uma “narrativa contra a Venezuela, da antidemocracia, do autoritarismo”.
“Não me contaram. Eu fui lá e vi. Estive na fronteira e conversei com dezenas de famílias nos campos de acolhimento que estão fugindo da ditadura venezuelana. Não é apenas uma narrativa. É real e não tem nada a ver com democracia“, escreveu Huck em uma publicação nas redes sociais, acompanhada de uma foto de uma família em uma barraca improvisada.
Huck na Venezuela
Segundo registros do programa Caldeirão do Huck, que foi apresentado por Luciano até agosto de 2021, o momento mencionado pelo comunicador ocorreu entre junho e julho de 2018, no quadro “Um por Todos”, que buscava promover melhorias em ações solidárias por todo o país.
O programa levou Luciano a encontrar uma família venezuelana e foi transmitido em 21 de julho, tendo sido gravado em Boa Vista, Roraima. Ele contou a história de Nildete, uma mãe que transformou sua casa em uma creche na periferia de Salvador, na Bahia. Huck levou a professora para Roraima, a fim de que ela conhecesse a realidade dos refugiados na região, onde Nildete deu aulas de português para crianças venezuelanas em uma ONG local.
A família retratada na foto é de um homem identificado pelo programa como Luís, que mostrou a Luciano a barraca em que vivia com outras oito pessoas de sua família. “Passamos dois meses na rua, em uma praça de Boa Vista. Aqui no abrigo, eu ajudo na limpeza e manutenção. Pelo menos temos que manter tudo limpo“, relatou o homem ao apresentador.
Durante o programa, Luciano encontrou um grupo de pessoas que dormia nas ruas, aguardando uma vaga no abrigo da ONU. Uma mulher compartilhou com ele o motivo de ter fugido para o Brasil. “Estamos cansados de passar por tanta necessidade, fome, falta de remédio, roupa. Não temos absolutamente nada. E aqui temos uma oportunidade, quer dizer, queremos uma oportunidade, que até agora não temos”, declarou.