Em entrevista para o jornal O Globo, a cantora Luísa Sonza revelou usar polêmicas envolvendo seu nome a seu favor para fazer marketing. Ela ainda falou sobre sua bissexualidade, exposta para o público por meio das redes sociais, e de como ainda trata esse assunto com delicadeza.
A cantora de 22 anos possui mais de 1 bilhão de reproduções no Spotify e, na entrevista, usa a terceira pessoa para falar de si mesma. Sobre usar as polêmicas para fazer marketing de suas músicas, ela é categórica:
“Me chamam de marqueteira, de isso e aquilo, mas por que não vou aproveitar uma coisa que me faz sofrer para caramba como algo bom? A Luísa Sonza artista é uma super-heroína icônica que não sofre por nada nem ninguém”, disse em um dos trechos da conversa.
Ao ser questionada se a polêmica faz parte do marketing, a resposta é bem direta. “Sem dúvida alguma. Eu não tenho culpa de ter o c* virado para a Lua. As coisas acontecem comigo e não é algo que eu faça pensando, pelo contrário,” disse.
“Gente, eu não teria tanta criatividade para a cada cinco dias entregar uma polêmica nova, e que geralmente me ferra. Ainda não sou tão engenhosa assim para fazer o filho do Bolsonaro falar de mim… Mas, se acontece, ué… Meu nome tá em alta, dá clique, e as pessoas gostam de falar sobre mim“.
Sobre a bissexualidade recém assumida, ela admite que ainda é um assunto delicado. “Tenho muito cuidado ao falar disso por não estar na linha de frente, vivendo essa luta diariamente. Estou num relacionamento hétero, mas sou 100% bissexual, tenho certeza absoluta disso, sinto atração por mulher e homem desde criança”, explicou.
“Resolvi falar porque notei que isso estava aparecendo em todas as minhas músicas, principalmente quando estive solteira, e vi que estava me privando de tanta coisa que era natural para mim. Mas ainda estou digerindo isso como pessoa pública”, contou a cantora.
Sobre acreditar ser uma responsabilidade grande assumir a bissexualidade e sobre ser deslegitimado pela sociedade, Luísa contou se sente no direito de falar sobre o assunto.
“Nós somos, bastante. Essa parte eu me sinto bastante no direito de falar sobre. Sobre ser uma mulher bissexual, ter a paciência de explicar de fato como é. A bissexualidade dentro da sociedade e da comunidade é descredibilizada. Eu mesma me questionei muito, de tanto ouvir os outros me questionando. Cheguei a achar que eu era doida, sabe? Mas hoje acho incrível poder dar visibilidade a isso de alguma forma”.