O Papa Francisco afirmou estar se sentindo “muito bem” apenas dois dias antes de sua morte, segundo revelou Sergio Alfieri, chefe da cirurgia do Hospital Gemelli, em Roma. Em entrevista ao jornal Corriere della Sera, o médico compartilhou detalhes da última conversa que teve com o pontífice e descreveu os momentos que antecederam sua partida.
“Entrei no quarto e vi que seus olhos estavam abertos. Ele não apresentava dificuldades respiratórias. Tentei chamá-lo, mas não respondeu nem mesmo a estímulos dolorosos. Foi quando percebi que ele estava em coma, e que não havia mais nada a ser feito”, relatou Alfieri.
Último adeus e momento de oração
O médico também descreveu os instantes que se seguiram à constatação do falecimento: “Ele morreu pouco depois. Permaneci ali junto com Massimiliano, Andrea, outras enfermeiras e secretárias. Quando o cardeal [Pietro] Parolin chegou, nos pediu que rezássemos. Fizemos o terço ao lado dele. Foi um momento muito íntimo. Naquela manhã, fiz uma carícia em seu rosto como despedida”, contou.
Compromissos até o fim
Ainda na conversa com o jornal, Alfieri explicou por que o Papa seguiu com sua rotina de compromissos até tão perto do fim. “Ele era o Papa. Continuar trabalhando fazia parte de sua recuperação, e ele jamais se colocou em risco. Era como se, sentindo que o fim se aproximava, decidisse cumprir tudo o que ainda desejava fazer”, disse.
Francisco, inclusive, havia pedido ao médico que organizasse uma reunião com os cerca de 70 profissionais que cuidaram dele no Gemelli. “Sugeri deixarmos para depois da Páscoa, quando ele estivesse melhor”, lembrou.
Despedida do pontífice
O velório do Papa Francisco entrou no segundo dia nesta quinta-feira (24/4), com milhares de fiéis passando pela Basílica de São Pedro, no Vaticano, para prestar suas últimas homenagens. A cerimônia teve início na quarta-feira (23), às 6h (horário de Brasília).
A Missa das Exéquias será celebrada no sábado (26/4), às 10h no horário local (5h de Brasília), no átrio da Basílica de São Pedro. A celebração, que marca o primeiro dia do Novendiali — nove dias de luto e orações —, será presidida pelo cardeal Giovanni Battista Re, decano do Colégio Cardinalício.
Após a missa, ocorrerão os ritos da Última Commendatio e da Valedictio, despedidas solenes que encerram oficialmente as exéquias. O corpo do Papa será então levado para o interior da Basílica e, em seguida, transferido à Basílica de Santa Maria Maior, onde será realizado o sepultamento.