LUTO

Morre a cantora Nana Caymmi, aos 84 anos, no Rio de Janeiro

Com uma voz emblemática que marcou uma geração, Nana Caymmi morreu nesta quinta-feira (1º/5), aos 84 anos

Hanna Carvalho, Repórter do EM OFF

A cantora Nana Caymmi faleceu nesta quinta-feira (1º/5), aos 84 anos, após passar nove meses internada na Casa de Saúde São José, na Zona Sul do Rio. A artista, que havia sido submetida a um cateterismo e à implantação de um marcapasso, era a filha mais velha do icônico violonista e compositor Dorival Caymmi com a cantora Stella Maris.

Nascida Dinahir Tostes Caymmi, em abril de 1941, Nana iniciou sua trajetória na música ainda jovem, e, aos 19 anos, casou-se com o médico venezuelano Gilberto José Aponte Paoli, com quem teve duas filhas, Stella Teresa e Denise Maria. Nessa época, já havia gravado “Acalanto” — canção composta por seu pai — e lançado seu primeiro disco solo, em 1960.

Após uma temporada de quatro anos em Caracas, na Venezuela, Nana retornou ao Brasil grávida de seu terceiro filho, João Gilberto. Em 1966, venceu o Festival Internacional da Canção interpretando “Saveiros”, composição de seu irmão Dori Caymmi com Nelson Motta. No ano seguinte, ao lado de Gilberto Gil, seu então companheiro, apresentou “Bom Dia” no Festival de Música Brasileira da TV Record.

O relacionamento com Gil terminou em 1969. Na década seguinte, Nana teve um romance com João Donato e realizou turnês com o irmão Dori por países como Uruguai e Argentina. Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, construiu um repertório robusto e sofisticado, interpretando grandes nomes da MPB como Tom Jobim, Milton Nascimento e Vinicius de Moraes, e deixando mais de 50 gravações registradas.

Entre seus grandes sucessos, destaca-se a emocionante “Resposta ao Tempo”, de Cristóvão Bastos e Aldir Blanc, que lhe rendeu um Disco de Ouro em 1998 e foi tema da minissérie “Hilda Furacão”, da TV Globo.

Controvérsias

Nos últimos anos, Nana também foi protagonista de algumas polêmicas. Em 2019, causou repercussão ao declarar apoio ao então presidente Jair Bolsonaro (PL), o que gerou atritos com diversos colegas da música. Na ocasião, criticou artistas como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Chico Buarque e até a própria sobrinha, a cantora Alice Caymmi, filha de seu irmão Danilo.