Juliana Garcia, que sofreu uma tentativa de feminicídio em 26 de julho, abriu o coração nas redes sociais e explicou por que não se separou antes do ataque que quase tirou sua vida. A mulher levou 61 socos em apenas 36 segundos dentro de um elevador, em um condomínio na praia de Ponta Negra, em Natal (RN). O agressor, o ex-jogador de basquete Igor Eduardo Cabral, está preso na Cadeia Pública do Rio Grande do Norte.
Juliana fala sobre o ciclo de abuso
Em uma caixinha de perguntas no Instagram, Juliana foi questionada por um seguidor se já sabia que o ex-companheiro era violento e por que permaneceu na relação.
“Amor, você já deveria saber como era o seu ex. Por que estava com ele então? Isso é que não entendo”, perguntou um internauta.
Juliana respondeu explicando que o relacionamento não era ruim o tempo todo, algo comum em situações de abuso.
“Existe algo chamado ciclo de abuso. Relacionamento com esse tipo de gente não é ruim o tempo todo, se fosse, ninguém ficaria”, afirmou.
Ela ainda fez um apelo por empatia e compreensão:
“Existem mulheres em vários níveis sociais que permanecem nesse tipo de relação. A quem não consegue entender, não resta nada a não ser tentar ter respeito e empatia.”
Consequências físicas e novas cirurgias
Além dos traumas emocionais, Juliana revelou que precisará passar por um novo procedimento cirúrgico para corrigir um desvio de septo agravado pela agressão.
“Já sei da necessidade de uma nova cirurgia para correção do desvio de septo que aumentou muito com a tentativa de feminicídio. Mas só poderei fazer daqui seis meses”, explicou.
Quando questionada sobre o momento da violência, Juliana contou que permaneceu consciente durante toda a agressão.
“Em momento nenhum eu desmaiei. Foi Deus que cuidou de mim o tempo todo, com certeza”, disse.
O ataque brutal
O crime aconteceu dentro do elevador do condomínio onde Juliana morava. As imagens registradas pelas câmeras de segurança mostram Igor desferindo dezenas de socos contra a vítima, que ficou com o rosto desfigurado.
O vídeo, que gerou grande comoção, foi fundamental para que a polícia realizasse a prisão do agressor. Igor Eduardo Cabral, de 29 anos, foi detido pouco após a divulgação das imagens e segue à disposição da Justiça.