Daniel Alves completou nesta última sexta-feira (3), quinze dias de detenção no presídio Brians 2, cerca de quarenta quilômetros de Barcelona. A prisão preventiva do jogador na Espanha partiu após denúncias de abuso sexual e estupro. Desde que foi preso no último dia 20 de janeiro, o atleta perdeu diversos contratos importantes, entre eles, com o clube em que jogava e com antigos patrocinadores.
O primeiro contrato rescindido foi justamente o mais importante financeiramente para o jogador. Com o escândalo, o Pumas (MEX) rescindiu o contrato com o lateral-direito por justa causa. O acordo com o time mexicano era válido ate junho deste ano e garantia 300 mil euros, que convertida para a cotação atual, daria R$ 1,6 milhão mensais ao atleta. Com isso, ele deixará de ganhar R$ 10 milhões que teria direito até meados de 2023.
Devido ao imbróglio causado pelo escândalo, além de deixar de receber o salário milionário previsto mensalmente, Daniel Alves pode ter que arcar com uma indenização ao Pumas. O clube mexicano exige o pagamento de R$ 25,5 milhões (5 milhões de dólares) pela infração dos termos de compartimento presentes no acordo. O assunto pode parar na Federação Internacional de Futebol (FIFA).
Além do prejuízo de contratos rescindidos, outra dor de cabeça para o jogador da Seleção são os acordos comerciais. Após dias de silêncio, três patrocinadores romperam o contrato com o lateral: a casa de apostas 1xBet, a loja Ethika e a startup brasileira Hygia Saúde. De acordo com o jornal As, da Espanha, esses contratos de publicidade rendiam entre 30 mil e 50 mil euros (R$ 166 mil e R$ 277 mil) por direitos de imagem. Os valores ingressavam na conta do lateral por meio de uma de suas empresas com domicílio fiscal em Barcelona.
Caso tem reviravolta
Nesta sexta-feira (03), o processo do atleta teve uma reviravolta. Segundo o jornal “La Vanguardia”, a juíza que está julgando o caso foi trocada. Segundo a imprensa, a magistrada principal esteve ausente dos tribunais durante os dois últimos anos devido a uma doença. Agora, Doña Concha, como é popularmente conhecida na Justiça, é a responsável pelo caso do jogador brasileiro. A nova juíza, inclusive, ouviu novos depoimentos neste final de semana.
“Ana Marín pôs em dia Doña Concha, muito conhecida nos tribunais. Hoje foi ela quem tomou as rédeas dos interrogatórios. Cristóbal Martell, advogado de defesa de Dani Alves, e Esther García, advogada da vítima, também estiveram presentes“, explicou o jornal. Ao longo do dia, oito testemunhas que estavam na boate deram depoimentos nesta sexta-feira. Entre elas, estavam uma amiga da vítima, que reforçou a narrativa de que Daniel Alves assediou três meninas de forma violenta, a prima da vítima, o dono da boate, os seguranças e o porteiro.
Um amigo do jogador, que estava com ele no dia do ocorrido, também foi chamado para depor. Este amigo, inclusive, entrou em contato com a prima da vítima pelo Instagram para oferecer ajuda no que fosse preciso. Um print desta conversa foi entregue aos investigadores. A justiça espanhola já afirmou que “há indícios muito mais do que suficientes” para considerar que houve um estupro na madrugada na boate Sutton, mas que a investigação ainda está em andamento.