R$ 200 mil

Promotora defende que Ludmilla tenha cachê suspenso após gesto de ‘L’ em show

Responsável pelo caso diz que há "fortes indícios de violação a princípios como moralidade administrativa

Danilo Reenlsober
Repórter do EM OFF

A cantora Ludmilla pode não receber o cachê por sua apresentação na Virada Cultural Paulista, evento realizado em São Paulo no dia 29 de maio. O MPSP (Ministério Público de São Paulo) manifestou-se pela suspensão do pagamento da apresentação pela prefeitura da capital à funkeira depois da artista ter feito um gesto da letra “L” com os dedos durante o show.

De acordo com o jornalista Fábio Zanini, colunista do jornal Folha de São Paulo, a ação foi proposta pelo vereador Fernando Holiday (Novo). No documento, o parlamentar paulista alega “desvio de finalidade no uso de recursos públicos”. Segundo ele, o gesto seria uma referência à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência da República.

Em sua manifestação, a promotora Eloisa Franco, responsável pelo caso, diz que há “fortes indícios de violação a princípios como impessoalidade, moralidade administrativa e legalidade”. Ela também vê semelhança do evento com o de um showmício, que é proibido pela legislação eleitoral.

“Conforme se percebe, ao menos em uma análise perfunctória, há diversos elementos que apontam para um desvio de finalidade em tal contrato que deveria ter finalidade cultural”, afirma ela na representação, defendendo a concessão de liminar pela Justiça. O cachê de Ludmilla para o show na Virada Cultural Paulista foi de R$ 200 mil.

Em sua defesa, a funkeira disse que o gesto não foi uma referência política, mas sim à letra inicial do seu nome. Ludmilla não foi a única artista a passar por uma situação como essa. Ainda na Virada Cultural, o rapper Don L também pediu que o público fizesse um “L” com os dedos enquanto entoava a canção “Éldwood”. Assim como no caso de Ludmilla, o ato pode ser compreendido como uma menção ao seu próprio nome.

O Lollapalooza é outro exemplo disto. A cantora Pabllo Vittar, além de ter feito o “L” com as mãos, segurou uma toalha com o rosto de Lula durante sua apresentação, o que levou advogados do partido do presidente Jair Bolsonaro (PL) a entrarem com uma representação no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), contra os organizadores do festival. Ela, porém, não pediu que a plateia votasse em Lula.