Rodrigo Bocardi se pronunciou pela primeira vez após sua demissão da TV Globo, ocorrida na noite de quinta-feira (30), por supostamente “descumprir normas éticas do Jornalismo”. Em um vídeo publicado em suas redes sociais na sexta-feira (31), o apresentador expressou sua surpresa com a decisão e agradeceu à Globo pelos 25 anos de aprendizado. Bocardi também reforçou que sempre seguiu os mesmos princípios ao longo de sua carreira na emissora, sem entrar em detalhes sobre os motivos da demissão.
De acordo com apurações do portal Notícias da TV, a área de compliance da Globo teria recebido uma denúncia envolvendo Bocardi, que estaria “vendendo seguro” a empresários de São Paulo por meio de uma de suas empresas. A expressão “vender seguro” é uma prática onde jornalistas oferecem proteção na imprensa a pessoas ou empresas em troca de pagamento. No entanto, Bocardi afirmou no vídeo que sempre manteve uma postura crítica e independente durante sua carreira, buscando ser “a voz de todos” e criando uma “conexão de cobrança” com o público.
Embora especulações sobre a conduta de Bocardi tenham circulado nas redes sociais, como a suposta venda de reportagens ou até de assédio moral, não há evidências concretas para apoiar essas alegações. O apresentador esclareceu que não tinha poder editorial sobre o telejornal que comandava, o que elimina a possibilidade de vetar reportagens ou coberturas. Ele também negou que a cobertura de Praia Grande, realizada pela TV Tribuna, fosse uma “troca” com a prefeitura local, como foi sugerido.
A demissão de Bocardi gerou comparações com o caso de Dony de Nuccio, ex-apresentador da Globo, demitido em 2019 após o Notícias da TV revelar que ele prestava consultoria para grandes empresas. Embora o canal tenha optado por um comunicado elogioso na época de De Nuccio, Bocardi não teve a mesma sorte e foi desligado da emissora em meio a um clima de especulação. Desde 20 de dezembro, Bocardi estava afastado da CBN devido à sobrecarga de trabalho, uma situação previamente acordada.