O Xou da Xuxa foi um dos maiores sucessos da televisão brasileira na década de 1990. Tanto, que o sonho de parte das adolescentes da época era fazer parte das chamadas Paquitas, assistentes de palco da atração comandada por Xuxa Meneghel na TV Globo. A rotina das gravações, as proibições impostas por Marlene Mattos, diretora do programa, e as exigências impostas deixavam tudo mais difícil.
Quem revelou os “segredos” da atração infantil foi a ex-Paquita Ana Paula Almeida, que está lançando o livro “Pituxita Bonequinha — Minha Vida de Paquita”, no qual expõe diversas informações antes restritas apenas aos bastidores da emissora. Segundo ela, Marlene Mattos era uma carrasca e controlava tudo com mãos de ferro, numa rotina exaustiva e quase militar.
Num dos capítulos do livro, Ana Paula detalha o “manual das Paquitas”, que previa, acima de tudo, disciplina dentro e fora do programa. “Não frequentar boates, bares e festas fechadas ou não; não sair à noite; não ter namorado ou paqueras; não beijar na boca (nunca); nunca sair desacompanhada dos pais; andar sempre com a barriga encolhida; frequentar aulas de etiqueta”, narra a ex-Paquita.
Além de uma série de proibições, Ana Paula ainda cita em sua biografia artística as exigências impostas às “súditas” de Xuxa por Marlene. “A vida de Paquita era glamourosa, mas a nossa rotina era como a de um soldado. Vestíamos roupas de soldadinhos e tínhamos uma rotina que incluía aulas de dança e canto, e obrigatoriamente, tínhamos que ter boas notas na escola, além de cuidar muito bem da nossa aparência”.
Ainda segundo a ex-Paquita, enquanto a diretora da atração era considerada uma “general”, a própria Xuxa, relembra, ajudava a deixar as coisas mais leves. Foi com a apresentadora que Ana Paula desabafou sobre seu namoro com Rafael Ilha, na época um ídolo teen e líder da banda Polegar. “Foi com a Xuxa que eu abri meu coração”, diz a ex-assistente de palco.
“Nós estávamos apaixonados e nosso namoro, se é que assim se pode dizer, não era nada convencional. Namorávamos por cartas. Rafael foi meu namorado de um beijo só, que aconteceu através da nossa ‘cupida Paquitita’, Tatiana Maranhão, nos escurinhos do cinema. Minha mãe nunca sonhou com isso, senão me matava! Foi nosso único beijo e não me lembrava nem de ter rolado língua”, recorda.