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VÍDEO: Bolsonaro se irrita e esperneia após receber intimação do STF na UTI

Durante intimação Bolsonaro chegou a se exaltar, gritando com um dos auxiliares de enfermagem ao ser alertado sobre sua pressão arterial

Hanna Carvalho, repórter do Em Off

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi oficialmente intimado, nesta quarta-feira (23), a respeito da abertura do processo penal em que é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado em 2022. A notificação foi entregue por uma oficial de Justiça diretamente no quarto de UTI onde o ex-chefe do Executivo está internado, em Brasília.

Durante o encontro, Bolsonaro conversou por cerca de 11 minutos com a servidora judicial e demonstrou indignação com a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de proceder com a citação enquanto ele permanece hospitalizado. “Ele acha que me tirando da vida pública tudo se resolve no Brasil. Mas não é assim”, afirmou Bolsonaro.

Com a entrega da notificação, o ex-presidente tem agora um prazo de cinco dias úteis para apresentar sua defesa preliminar. Nessa etapa, poderá indicar testemunhas e provas em sua resposta às acusações apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Comparações polêmicas e tensão na UTI

Durante a intimação, Bolsonaro criticou a oficial de Justiça, comparando sua atuação à de agentes da Alemanha nazista. “Você está apenas cumprindo ordens, mas os tribunais de Hitler também cumpriam ordens ao enviarem judeus às câmaras de gás. Todos pagaram seu preço. Aqui não será diferente”, disse.

Mesmo hospitalizado desde 11 de abril, em decorrência de complicações da facada sofrida em 2018, Bolsonaro participou de uma live na terça-feira (22) com os filhos Flávio, Eduardo e Carlos Bolsonaro, além do ex-piloto Nelson Piquet. A gravação da transmissão, segundo o STF, mostrou que o ex-presidente tinha condições de ser citado formalmente.

Processo por tentativa de golpe e crise de saúde

A ação penal em questão acusa Bolsonaro de integrar uma suposta organização criminosa que planejou interromper a ordem democrática após a vitória de Lula (PT) nas eleições de 2022. Outros nomes envolvidos, como Mauro Cid, Augusto Heleno e Almir Garnier, já apresentaram suas defesas. Ainda aguardam manifestação os ex-ministros Braga Netto, Anderson Torres, Alexandre Ramagem, Paulo Sérgio Nogueira e o próprio Bolsonaro.

Durante a visita da oficial, Bolsonaro chegou a se exaltar, gritando com um dos auxiliares de enfermagem ao ser alertado sobre sua pressão arterial. Em determinado momento, ele retirou o equipamento que monitorava seus sinais vitais. A previsão de alta hospitalar ainda não foi divulgada.

Em sua fala, o ex-presidente acusou o Supremo de agir com parcialidade e afirmou que o processo deveria ter sido arquivado junto à investigação sobre a suposta fraude no cartão de vacinação — caso que levou à apreensão do celular de Mauro Cid, peça central para a obtenção de provas na atual acusação.

“Eleição sem Jair Bolsonaro é negar a democracia”, declarou o ex-presidente, assegurando que não deixará o país.

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