Polêmica

VÍDEO: Padre diz que povo do Rio Grande do Sul ‘abraçou a bruxaria’ ao explicar tragédia

Padre Paulo Silva, de Nova Andradina (MS) disse que culpa por enchentes é do próprio povo gaúcho

Danilo Reenlsober
Repórter do EM OFF

A tragédia no Rio Grande do Sul parece longe de acabar e também de gerar polêmica. Um vídeo viralizou nas redes sociais neste fim de semana ao mostrar um padre do Mato Grosso do Sul afirmando, durante uma missa, que a culpa das enchentes no estado é do próprio povo gaúcho. Na gravação, ele diz que a população “abraçou a bruxaria e o satanismo” ao explicar a causa das enchentes.

O padre que aparece no vídeo é Paulo Silva, da Paróquia São Vicente de Paulo em Nova Andradina (MS). Nas redes sociais, ele diz ser gaúcho e estar comovido com a tragédia do seu estado natal. O sacerdote também faz comentários preconceituosos contra religiões de matrizes africanas ao criticar a quantidade de “centros de macumba” em Porto Alegre.

‘Abraçou o satanismo’

“Sacerdotes desabrigados, o povo desabrigado, uma situação terrível. Mas eu farei um alerta a todos nós. O Rio Grande do Sul, há muito tempo, abraçou a bruxaria e o satanismo”, disse padre Paulo. “Há muito tempo, o meu povo tem se afastado de Deus. Deus não precisa mandar sofrimento para nossa vida porque ele não faz isso, mas nós mesmos às vezes buscamos, na fragilidade humana, coisas ruins para nós.”

O sacerdote ainda afirmou na gravação que o povo gaúcho “é o mais ateu” do Brasil e culpou religiões como umbanda e candomblé pela tragédia. “O secularismo chegou no Rio Grande do Sul, é o estado mais ateu da Federação. Existem mais centros de macumba na cidade de Porto Alegre do que no Estado da Bahia inteiro”, reforçou padre Paulo.

Nas redes sociais, muita gente criticou a fala do sacerdote. “Então quer dizer que a culpa da tragédia climática seria dos ateus, bruxos, satanistas e religiões de matriz africana que “tomaram de conta” do estado do Rio Grande do Sul?”, questionou o advogado Paulo de Andrade. “Eu sou cristão católico, mas sinto vergonha quando vejo um líder religioso católico agindo dessa forma”, reforçou o escritor Vinicios Betiol.

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