ATUALIZAÇÃO DO CASO !

Caso Ana Luiza: colega dormiu na casa da vítima antes da morte por bolo envenenado

De acordo com o pai da vítima, a suspeita viu quando a filha estava passando mal antes de morrer, não fez nada e ainda lhe deu condolências

Neto Maciel, Repórter do EM OFF

Na última terça-feira (3/6), Silvio Ferreira das Neves, pai de Ana Luiza, de 17 anos, revelou que a adolescente que confessou ter enviado o bolo envenenado era colega da filha e dormiu na casa da família entre sábado (31/5) e domingo (1/6). Segundo ele, a menina acompanhou todo o sofrimento de Ana Luiza e não demonstrou nenhuma reação. “Ela viu minha filha passando mal, viu quando a levei ao hospital e, no outro dia, também viu minha menina caindo no banheiro… Depois que a Ana Luiza morreu, ela ainda me cumprimentou e me abraçou”, disse Silvio, emocionado.

Ana Luiza recebeu o bolo de pote com um bilhete misterioso no sábado. Após comer o doce, começou a passar mal, foi ao hospital, mas recebeu alta e voltou para casa. No dia seguinte, no entanto, ela desmaiou no banheiro e morreu a caminho do hospital. Segundo o boletim de ocorrência, registrado por um amigo da família, ela chegou à unidade sem sinais vitais. O relatório médico apontou parada cardiorrespiratória, cianose, hipotermia e ausência de batimentos cardíacos como quadro clínico.

A carta enviada junto com o bolo de pote envenenado – Internet

A equipe médica apontou intoxicação alimentar como causa aparente da morte, mas o laudo toxicológico será necessário para confirmar se o alimento estava envenenado. Durante o velório da filha, Silvio fez um desabafo comovente: “Perdi o amor da minha vida. Minha filha fez 17 anos na semana passada… Não tem palavras para descrever o que estou sentindo. Só Deus para me dar força, porque minha filha não merecia isso”. Ele também é pai de outras duas meninas.

OUTRO CASO ENVOLVENDO A MESMA SUSPEITA:

As investigações avançaram com a ajuda do motoboy que entregou o bolo. Ele forneceu informações importantes, como a placa da moto e a descrição física da pessoa que o contratou. Com esses dados, os investigadores localizaram o endereço da adolescente e solicitaram que ela e a família comparecessem à delegacia. No início, a jovem negou qualquer envolvimento, mas, após horas de interrogatório, confessou o envenenamento.

Durante o depoimento, a jovem também revelou que havia enviado outro bolo semelhante, no dia 15 de maio, para uma colega que passou mal e precisou ser internada, mas conseguiu se recuperar. Com a repercussão da morte de Ana Luiza, a família da primeira vítima procurou a polícia. As autoridades compararam os bilhetes entregues nos dois casos e identificaram semelhanças, reforçando a ligação entre os episódios.

Mas, após a confissão, a Justiça autorizou a apreensão provisória da adolescente, que foi encaminhada à Fundação Casa. Agora, a polícia investiga os motivos que levaram a jovem a cometer os crimes, enquanto duas famílias buscam justiça em meio à dor. O caso mobilizou a população da Grande São Paulo e segue gerando forte comoção nas redes sociais.