PREMEDITADO

“Novos Richthofen”: casal de adolescentes planejou a morte dos próprios pais, diz polícia

Garoto de 14 anos matou os pais e o irmão no RJ com apoio da namorada, de 15, que também planejava assassinar a mãe

Hanna Carvalho, Repórter do EM OFF

Um crime brutal e premeditado, com requintes de frieza e manipulação emocional, está chocando o país. Um adolescente de 14 anos matou os pais e o irmão de apenas 3 anos em Itaperuna, no interior do Rio de Janeiro, após ser incentivado pela namorada, de 15, que mora em Água Boa, no Mato Grosso. A Polícia Civil investiga o caso, revelado nesta quarta-feira (2/7), como um plano calculado para eliminar qualquer obstáculo ao relacionamento do casal.

De acordo com os investigadores, o estopim do crime foi a proibição dos pais do garoto em permitir sua viagem para encontrar a namorada. A jovem então teria feito ameaças de terminar o relacionamento e o pressionado a “provar que era homem”. A partir daí, os dois começaram a planejar os assassinatos em detalhes: uso de luvas, descarte dos corpos e até a retirada de dinheiro da conta dos pais para fugir juntos.

Durante a execução do crime, os adolescentes trocaram mensagens em tempo real. Em um áudio, o garoto afirmou: “Matei meu pai”, e recebeu a resposta: “Atira nela agora”, referindo-se à mãe. Após as mortes, ele ainda enviou uma foto dos corpos à namorada, que respondeu: “Nunca pensei que alguém faria isso por mim”.

A frieza continuou. O garoto escondeu os corpos em uma cisterna e mentiu à família, dizendo que os pais estavam no hospital com o irmão. Três dias depois, vizinhos denunciaram o forte cheiro vindo da casa. Pressionado, o jovem confessou os assassinatos.

Segundo a polícia, o plano era fugir para o Mato Grosso e viver com a namorada, que também demonstrava intenção de matar a própria mãe. O pai dela seria poupado, segundo a investigação, por trabalhar muito e não representar ameaça ao relacionamento.

As autoridades também analisam o histórico digital dos dois, que demonstravam fascínio por conteúdos violentos e discutiam estratégias inspiradas em filmes e jogos de assassinato. Em uma das conversas, chegaram a cogitar alimentar os corpos a porcos.

O delegado Carlos Augusto Guimarães classificou o caso como de “frieza impressionante”, e o delegado Matheus Soares, do Mato Grosso, reforçou que a menina teve “papel ativo” na concepção e incentivo aos crimes.

Os dois adolescentes foram apreendidos e estão internados em unidades socioeducativas. Ambos devem responder por atos infracionais análogos a homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. A investigação segue para apurar possíveis cúmplices ou influenciadores.