Nesta quarta-feira (29/10), o secretário da Polícia Civil, delegado Felipe Curi, atualizou os números de mortos da operação realizada na terça (28/10). Operação essa realizada nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. No entanto, segundo o balanço, 121 pessoas morreram durante o confronto contra o Comando Vermelho — 117 suspeitos e quatro policiais. O resultado transformou a ação na mais letal da história do estado.

Mas, durante a coletiva, Curi explicou que, ainda na terça, as equipes neutralizaram 58 suspeitos. Além disso, ele acrescentou que, até o fim da manhã de hoje, as autoridades encontraram 63 corpos na mata. No entanto, moradores da Penha descreveram uma realidade diferente, dizendo que retiraram 74 corpos da região da Vacaria, no alto da Serra da Misericórdia, onde ocorreram os tiroteios mais intensos.

Na terça, o governo estadual informou 64 mortos, sendo quatro policiais civis e militares. Já nesta quarta, o governador Cláudio Castro (PL-RJ) revisou o balanço e confirmou 58 mortes, das quais 54 seriam criminosos, sem justificar a diferença entre os números. Mais tarde, a cúpula da segurança do estado voltou a atualizar os dados, chegando ao total de 121 mortos.
Passou de 30 o número de mortos na operação mais letal do Rio — e grande parte desses corpos foi retirada da mata da Vacaria, símbolo do domínio brutal dos traficantes. pic.twitter.com/56R7l55cZf
— Santo André Viral (@AndreViral56207) October 29, 2025
Enquanto o governo tratava a operação como um “sucesso”, moradores denunciaram cenas de horror na mata. Eles contaram ter encontrado 74 corpos, levados por populares até uma praça na Penha. Diante das contradições, Curi garantiu que uma perícia irá apurar se essas mortes têm relação direta com a operação, que também resultou em 113 prisões, incluindo 33 suspeitos vindos de outros estados, como Amazonas, Ceará, Pará e Pernambuco.
GOVERNADOR DO RIO DE JANEIRO SE PRONUNCIA:
Durante a entrevista, o governador Cláudio Castro reforçou seu apoio às forças de segurança e declarou que “as únicas vítimas foram os quatro policiais mortos”. Entretanto, ele evitou comentar sobre os corpos encontrados pelos moradores, o que aumentou as críticas e reacendeu o debate sobre a letalidade policial e os limites da atuação do Estado nas comunidades cariocas.
VEJA O MOMENTO EM QUE ALGUNS TRAFICANTES SÃO LEVADOS PRESOS:
A megaoperação desta terça-feira (28) contra o CV nos Complexos do Alemão e Penha (Zona Norte) resultou até o momento em 64 MORTES (incluindo 4 policiais) e 81 presos. É, oficialmente, a operação mais letal da história do estado.#operaçãorj #riodejaneiro pic.twitter.com/spIboxVF6k
— TV Cultura Rio (@tvculturario) October 28, 2025
SECRETÁRIO REBATE DECLARAÇÃO DE ORUAM:
O secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, aproveitou e rebateu nas redes sociais a declaração de Oruam, que afirmou que “por trás do fuzil há uma pessoa”. De forma irônica, Curi comentou: “Todo mundo é vítima. Tudo é vítima”, demonstrando indignação com a maneira como a sociedade trata o tema da criminalidade.
Em seguida, o delegado criticou o que considera uma inversão de valores, ressaltando que muitos enxergam bandidos e traficantes como vítimas, enquanto os policiais são os verdadeiros heróis dessa guerra. Por fim, ele reforçou que as facções devem ser reconhecidas como organizações criminosas terroristas, para que o combate ao crime aconteça com mais rigor.
"Todo mundo é vítima. Tudo é vítima". O Secretário da Polícia Civil do RJ, Felipe Curi, comenta sobre a fala de Oruam nas redes sociais.
— the news (@thenews_br) October 29, 2025
O rapper alegou que "por trás do fuzil, há uma pessoa". Felipe critica o fato de que, em sua visão, a sociedade tem protegido o… pic.twitter.com/42s6pG2G3P
