O presidente eleito Luís Inácio Lula da Silva (PT) usou suas redes sociais nesta quarta-feira (7) para demonstrar seu apoio à ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner, condenada ontem a seis anos de prisão por envolvimento em esquema de desvio de dinheiro público. O petista se solidarizou e afirmou que a peronista é vítima de “lawfare”, termo cunhado para o uso político da Justiça.
“Minha solidariedade à vice-presidente da Argentina, @CFKArgentina. Vi sua manifestação de que é vítima de lawfare e sabemos bem aqui no Brasil o quanto essa prática pode causar danos à democracia. Torço por uma justiça imparcial e independente para todos e pelo povo da Argentina”, escreveu o presidente eleito em seu perfil oficial do Twitter.
Nesta terça-feira (6), Cristina Kirchner, foi condenada pela Justiça argentina a seis anos de prisão após ser acusada de liderar uma organização criminosa para desviar dinheiro do Estado. A ex-presidente nega as acusações e afirma que é vítima de uma perseguição política. A pena máxima era de 12 anos de prisão. Ainda cabe recurso. Cristina ressalta que não pode ser presa por ter foro privilegiado.
Na Argentina, o vice-presidente também ocupa o cargo de presidente do Senado. Cristina Kirchner exerce as duas funções até o fim da gestão do atual presidente, Alberto Fernández, e pode se candidatar a um terceiro mandato. O processo, no entanto, está longe de ter um final e pode durar anos. Se condenada em última instância, Cristina perderá para sempre o direito de ocupar cargo público.
Em entrevista à Folha de São Paulo publicada na segunda-feira (5), Cristina Kirchner afirmou que líderes como ela e Lula são perseguidos pela Justiça. O PT diz que o presidente eleito foi preso no âmbito da Operação Lava Jato em um processo político e, portanto, ilegal conduzido pelo então juiz e agora senador eleito Sérgio Moro (União Brasil-PR).
No ano passado, as condenações de Lula foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por erros processuais, o que reestabeleceu os direitos políticos do petista. Ontem, a presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), Gleisi Hoffmann, também manifestou solidariedade à ex-presidente da Argentina e disse que o partido estava com ela.