FALOU TUDO

Ex-CQC lamenta falta de oportunidade na TV e ‘culpa’ programa da Band

Em entrevista, o ex-integrante do extinto humorístico da emissora de Johnny Saad abriu o jogo sobre o rótulo recebido

Bruno Pinto
Repórter do EM OFF

Em 2015, a Band surpreendeu diversos telespectadores ao anunciar o fim do CQC, um dos humorísticos de maior sucesso da história da televisão brasileira. De lá pra cá, nomes como o de Danilo Gentili, Marco Luque e Felipe Andreoli ganharam grande destaque e conquistaram seus lugares na mídia. No entanto, o rótulo de ex-CQC, que para muitos é um sinal de orgulho, para Rafael Cortez, é motivo de preocupação.

“O CQC me transformou em tudo, foi um grande divisor de águas da minha vida e da minha carreira. Primeiro por haver redimido a minha história e as milhares de humilhações que eu tinha vivido. Foram 15 anos tentando um lugar ao sol no mercado artístico! Tentativas de fazer novela, de fazer comerciais, de furar aquela panelinha desgraçada. Nunca tinha um lugar pra mim. Me descobri artista aos 17 anos e somente aos 31 é que fui ter uma grande oportunidade, justamente através do programa”, disse ele em entrevista divulgada pela jornalista Heloisa Tolipan.

“O CQC me jogou numa condição de figura pública. Eu fiz um sucesso estrondoso de uma hora pra outra. Num dia eu estava parcelando uma viagem em 10 vezes, mas no outro, recebendo um prêmio de melhor jornalista de TV do ano, no Copacabana Palace e tomando champanhe com Patrícia Pillar”, continuou.

Na sequência, Rafael Cortez falou sobre o outro lado da moeda: “Hoje eu percebo uma coisa difícil de ser um ex-CQC que é o rótulo. Acabou em 2015 o programa, mas tem uma força grande ainda. Eu sou um ex-CQC que não tem um único processo. Fui o mais buena onda do programa. Não tenho nada que me desabone. Mas esse aspecto negativo da referência de outros colegas do CQC, de outros episódios, também pesa”.

Ele, que também é ator, abriu o coração ao falar sobre a falta de oportunidade em decorrência do rótulo recebido. “Mas, às vezes, eu desconfio que ninguém vai me chamar fazer uma novela, por exemplo, enquanto não me dissociarem do CQC. Eu adoraria fazer, já que também sou ator. Além disto, há eventos corporativos. Tem gente que teme me colocar no palco por me associar ao programa, são temerosos que eu ‘vá falar alguma merda, porque o fulano que trabalhou com ele fez e o ciclano que é ex-CQC também foi processado”, disse.

SAUDADE?

Por fim, Rafael Cortez relembrou os tempos de programa e disparou: “Eu não sinto falta do humor do CQC, acho que ficou defasado. Era algo bastante tóxico, digamos assim, em se tratando da masculinidade. Volta e meia vejo algumas matérias minhas muito do começo do programa e fico chocado com algumas piadas. E mais: chocado de ver como as pessoas riam daquilo”, concluiu.