No final do ano passado, após quase duas décadas de Record, Arnaldo Duran foi surpreendido ao ser notificado sobre sua demissão. A decisão da emissora ocorreu cerca de sete anos depois de o jornalista receber o diagnóstico de síndrome de Machado-Joseph, uma doença degenerativa. Ciente de seus direitos, o comunicador processou o canal paulista.
Acusando a Record de capacitismo, ou seja, que foi discriminado em decorrência de suas limitações, Arnaldo Duran fez duas solicitações à Justiça. A primeira é que a emissora de Edir Macedo o recontrate o quanto antes. Já a segunda, caso o pedido anterior não seja acatado, é o pagamento de uma indenização milionária.
Os detalhes do processo foram divulgados pelo F5, da Folha de S. Paulo, que revelou ainda a bolada exigida pelo jornalista: R$3 milhões. Desse valor, R$400 mil é de danos morais, enquanto o restante é referente a assuntos trabalhistas. Um dos principais pontos abordados pelos advogados do comunicador é que ele foi demitido irregularmente, tendo em vista o seu problema de saúde.
EXPÔS TUDO
Para comprovar que Arnaldo Duran foi avo de capacitismo, a defesa destacou: “Além disso, ao esconder o uso dos equipamentos ortopédicos do repórter, a ré (Record) pratica o preconceito do capacitismo, que é a presunção de que portadores de deficiência têm mais dificuldade (ou são incapazes) de realizar os mesmos trabalhos que as pessoas sem deficiência”.
DESABAFO
Cerca de um mês após o desligamento da Record, Arnaldo concedeu uma entrevista e abriu o coração ao falar sobre o ocorrido. “Mas eu fiquei assustadíssimo! Não me lembro de ter nenhuma reação quando me dissera, pois a ficha não caiu. Na verdade, mesmo em seguida, a ficha não caiu… Mas a minha demissão foi um ato desumano. Além de tudo o que aconteceu, a Record espalhou que me demitiu por causa do salário alto, ou seja, já me queimou no mercado”, disse o jornalista em conversa com a colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles.