JUSTIÇA

Ex-repórter com doença degenerativa processa Record e faz grave acusação

Arnaldo Duran pede um valor milionário de indenização

Bruno Pinto
Repórter do EM OFF

No final do ano passado, após quase duas décadas de Record, Arnaldo Duran foi surpreendido ao ser notificado sobre sua demissão. A decisão da emissora ocorreu cerca de sete anos depois de o jornalista receber o diagnóstico de síndrome de Machado-Joseph, uma doença degenerativa. Ciente de seus direitos, o comunicador processou o canal paulista.

Acusando a Record de capacitismo, ou seja, que foi discriminado em decorrência de suas limitações, Arnaldo Duran fez duas solicitações à Justiça. A primeira é que a emissora de Edir Macedo o recontrate o quanto antes. Já a segunda, caso o pedido anterior não seja acatado, é o pagamento de uma indenização milionária.

Os detalhes do processo foram divulgados pelo F5, da Folha de S. Paulo, que revelou ainda a bolada exigida pelo jornalista: R$3 milhões. Desse valor, R$400 mil é de danos morais, enquanto o restante é referente a assuntos trabalhistas. Um dos principais pontos abordados pelos advogados do comunicador é que ele foi demitido irregularmente, tendo em vista o seu problema de saúde.

EXPÔS TUDO

Para comprovar que Arnaldo Duran foi avo de capacitismo, a defesa destacou: “Além disso, ao esconder o uso dos equipamentos ortopédicos do repórter, a ré (Record) pratica o preconceito do capacitismo, que é a presunção de que portadores de deficiência têm mais dificuldade (ou são incapazes) de realizar os mesmos trabalhos que as pessoas sem deficiência”.

DESABAFO

Cerca de um mês após o desligamento da Record, Arnaldo concedeu uma entrevista e abriu o coração ao falar sobre o ocorrido. “Mas eu fiquei assustadíssimo! Não me lembro de ter nenhuma reação quando me dissera, pois a ficha não caiu. Na verdade, mesmo em seguida, a ficha não caiu… Mas a minha demissão foi um ato desumano. Além de tudo o que aconteceu, a Record espalhou que me demitiu por causa do salário alto, ou seja, já me queimou no mercado”, disse o jornalista em conversa com a colunista Fábia Oliveira, do Metrópoles.

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