A saída de William Bonner do Jornal Nacional marca o fim de uma era no jornalismo da Globo, mas a emissora já definiu o futuro do apresentador. Segundo apurações de bastidores, Bonner não deixará a Globo nem o jornalismo. A ideia da direção é manter o jornalista em um papel estratégico, longe da rotina diária da bancada, mas ainda com grande visibilidade.
Bonner, que manifestou o desejo de reduzir o ritmo para se dedicar mais à família e projetos pessoais, se juntará a Sandra Annenberg na apresentação do Globo Repórter a partir de 2026 — realização de um sonho antigo, segundo ele.
O jornalista fez questão de ressaltar o caráter planejado da transição, iniciada há cinco anos. “Precisamos superar a pandemia, arquitetar sucessões e preparar sucessores até a data do anúncio. São 29 anos de JN, 26 anos como chefe da equipe de editores. Ser recebido pelo Globo Repórter me deixa honrado e gratíssimo”, afirmou.
A proposta é que o veterano passe a se dedicar a projetos especiais, documentários e coberturas pontuais, além de participar do planejamento editorial em momentos de grande relevância nacional. A emissora pretende aproveitar sua credibilidade e experiência para reforçar a marca Globo em produtos que exigem profundidade e impacto.
Internamente, a decisão é vista como uma maneira de preservar a imagem do jornalista e, ao mesmo tempo, abrir espaço para uma nova fase no Jornal Nacional, que passa a ter César Tralli como titular ao lado de Renata Vasconcellos. A transição já vinha sendo amadurecida há meses, em conversas discretas entre Bonner e a cúpula do jornalismo.
Com quase três décadas à frente do JN, William Bonner se tornou sinônimo de jornalismo televisivo no Brasil. Sua permanência em projetos especiais é considerada um ganho para a emissora, que busca equilibrar renovação e tradição em sua linha de frente informativa.