Grave!

Jornalista que denunciou assédio na Record é impedido de receber seguro-desemprego

A emissora não se pronunciou sobre o caso

Lara Santana
Repórter do EM OFF

Em abril deste ano, o jornalista Elian Matte foi demitido pela Record após denunciar o assédio sexual que sofreu de um diretor de RH da emissora e desde então vem lutando para ter seus direitos respeitados. Nesta quinta-feira (29), o colunista Gabriel Perline, da revista Contigo!, divulgou com exclusividade que o profissional de imprensa agora enfrenta um grave problema para conseguir ter acesso ao seguro-desemprego e que, por isso, está recebendo ajuda financeira para se manter.

Diagnosticado com Burnout, Elian Matte está desempregado desde que foi desligado da Record e também teve o plano de saúde cancelado, embora tenha desenvolvido o problema psicológico por conta do assédio que sofreu durante o trabalho. Com o processo que abriu contra a emissora “travado”, o jornalista até o momento não conseguiu ter acesso a documentação que precisa para dar entrada no seguro-desemprego.

De acordo com Gabriel Perline, Elian Matte teria procurado o setor de Recursos Humanos da Record para assinar os papéis da recisão e também conseguir os documentos para dar entrada no benefício. No entanto, diferentemente do esperado, o jornalista recebeu uma resposta negativa e, como justificativa, a pessoa que o atendeu afirmou que ele teria que esperar pelo fim da briga judicial para conseguir ter acesso a papelada.

Em conversa com o colunista da revista Contigo!, Elian Matte revelou que está recebendo auxílio para conseguir pagar a ajuda psicológica. “Fui marcar consulta com meu psiquiatra e descobri que a Record ja cortou meu plano de saúde em julho. A ABRAJI (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) disse que por causa da gravidade da situação vai assumir os custos do tratamento psiquiátrico. Mas eu tô em choque“, explicou o ex-funcionário da Record. Ele também revelou que tem recebido ajuda financeira da família e dos amigos enquanto não consegue ter acesso ao direito trabalhista. “Se não fosse minha família, estava morando na rua“, disse. Procurada, a emissora não se pronunciou sobre o caso.