O caso de Filipe Ferraz, um jovem médico que passou mal durante um treinamento de formação de médicos pelo Exército, continua ganhando grande repercussão na mídia, principalmente após a família do rapaz de 23 anos denunciar o ocorrido como tortura e maus tratos. O assunto foi comentado no programa “Encontro” desta quarta-feira (15), que contou a participação da mãe do profissional, e acabou deixando Manoel Soares revoltado.
Patrícia Poeta deu início a notícia e detalhou o acontecimento: “Esse rapaz que está aparecendo aí no telão é o Filipe. Ele se formou em medicina no fim do ano passado e, nessa imagem, ele aparece super orgulhoso por ter raspado a cabeça para se apresentar ao serviço militar e realizar o grande sonho de atuar como médico do exército. Mas o sonho acabou virando um pesadelo, pois ele passou mal, desmaiou e foi parar na UTI após um treinamento físico militar em um batalhão no Recife”.
Sem pensar duas vezes, o apresentador da atração matinal da Rede Globo usou a palavra “tortura” para descrever o caso e criticou o pensamento, segundo ele inadequado, do exército brasileiro: “Gente, existe uma falsa noção de virilidade [no Brasil]. Presumi-se que quem sobrevive a esse tipo de tortura é um homem melhor formado e vai ser o melhor soldado. Uma coisa não tem nada a ver com a outra!”.
Por fim, Manoel Soares fez questão de citar alguns exemplos de países que, ao contrário do Brasil, possuem formas mais adequadas no que diz respeito aos polêmicos treinamentos militares: “Os melhores exércitos do mundo, como o israelense, o americano e alguns africanos, não trabalham dessa forma. Sim, eu acredito que isso não traduz o exército brasileiro e, se traduz, tem algo que precisa ser repensado”.
Além do companheiro de palco de Patrícia Poeta, Elisa Lucinda, convidada especial do “Encontro” desta quarta-feira (15), se mostrou perplexa com a história e, após ouvir o relato da mãe de Filipe Ferraz, fez um apelo: “Eu estou chocada! Me chama atenção o fato de que a gente conhece histórias isoladas e sabe que essa é uma prática financiada por nós, porque é a gente que paga e sustenta o exército para nos proteger e formar pessoas para nos defender”.
“É algo muito violento para a cabeça desse menino, que estava doido para servir ao país. É preciso que se tome uma providência imediatamente. Esse sistema precisa mudar, pois outra pessoa pode estar sendo torturada nesse exato momento”, concluiu a atriz que dá vida a personagem Marlene na novela “Vai na Fé”.