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polêmica

Ministério Público Federal pede prisão de repórter da Record TV

O apresentador Emerson Machado, da TV Correio, afiliada da Record na Paraíba, enfrenta uma denúncia por suposto racismo

Gabriel Alme
Repórter do EM OFF

O apresentador Emerson Machado Lima, da TV Correio, afiliada da Record na Paraíba, enfrenta agora uma denúncia por suposta prática de crime de racismo. O Ministério Público Federal (MPF) requereu a prisão do jornalista, bem como o pagamento de multa e a reparação dos “danos sociais e prejuízos causados à coletividade”. Por meio de seu advogado de defesa, Lima negou veementemente as acusações e considera o caso um “mal-entendido” por parte do MPF. 

Segundo o advogado, Emerson sempre repudiou esse tipo de conduta e nunca teve a intenção de cometer o crime pelo qual está sendo acusado. Os fatos em questão ocorreram durante a veiculação de uma notícia sobre um caso de homicídio, no qual o apresentador Emerson Machado proferiu comentários pejorativos a respeito do candomblé. O suspeito do crime havia sido preso na casa de um amigo que praticava essa religião. O episódio foi exibido no programa Correio da Verdade em 28 de abril de 2021.

Durante a transmissão na afiliada da Record, Emerson Machado disse: “Segundo informações, o Marcos já participava de candomblé, né?, dessas tribos, negócio de candomblé e o Marcos já participava. O acusado também já participava desse negócio de magia, de candomblé, já participava desse encontro aqui mesmo nessa casa“.

A denúncia argumenta que Emerson “proferiu falas racistas, disseminando, em tom agressivo, discriminação por orientação religiosa”. Além disso, alega que o comunicador “reverberou” agressões raciais “em face de religiosos da matriz candomblé, afro-religiões, que sofreram constrangimentos e humilhações após a fala do locutor na televisão”, devido ao seu discurso “generalizador e abstrato” ao descrever o crime e enfatizar a crença do suspeito.

Defesa

O MPF argumenta que o apresentador “incitou a população contra a religião do candomblé” ao proferir essas palavras durante a cobertura de um caso de homicídio, que naturalmente já causa revolta na população. Segundo a Procuradoria, Emerson, de maneira radical, cruel e intencional, provocou discriminação religiosa por meio dessa suposta associação entre o homicídio e o candomblé.

O MPF destaca a gravidade dessa conduta, pois ocorreu em um meio de comunicação social e foi reproduzida no YouTube, atingindo um público nacional. Desde janeiro, os casos de injúria racial são equiparados aos de racismo, conforme estabelecido por uma lei sancionada pelo presidente Lula (PT).

A defesa questiona a classificação do caso como crime de racismo. O advogado afirma que o apresentador sempre repudiou esse tipo de conduta, atuando estritamente em seu papel de comunicador, o qual exerce há mais de 30 anos. Ele também argumenta que a tipificação do crime de racismo está equivocada e espera que isso seja esclarecido durante o processo legal, em conformidade com a lei.